A política econômica neoliberal do governo Lula não deu nenhum refresco às verbas das áreas sociais, como saúde, educação e reforma agrária, cortadas para garantir o pagamento da dívida. No meio do ano, Lula e Palocci se comprometeram com um superávit maior do que o exigido pelo FMI. A missão foi cumprida e, no último dia 24, Lula anunciou com um sorriso rasgado na face que o setor público (União, estados, municípios e empresas estatais) acumulou um superávit de R$ 77,9 bilhões, equivalente a 5,59% do PIB, maior que os 4,25% prometidos ao FMI até o final do ano. Gostou? Tem mais.

No dia seguinte, com o mesmo sorriso na face, o governo anunciou que o setor público pagou, de janeiro a outubro, R$ 106,3 bilhões de juros aos banqueiros. Mesmo assim, a dívida líquida do setor público subiu de R$ 940 bilhões para R$ 945 bilhões, comprometendo 53,3% do PIB. Ou seja, o governo envia bilhões aos banqueiros, tirando dinheiro das áreas sociais e, ainda assim, a dívida cresce. É mole?

O pior é que o governo já anunciou que poderá reduzir ainda mais os gastos sociais até o fim do ano para adequar o superávit primário ao crescimento do PIB.

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