Gangues aguardavam fim de assembléia com facas e porretes. Dois militantes da Liga Socialista estão entre os agredidosNo dia 16 de janeiro, um grupo de partidários do governo do presidente peruano Alan Garcia agrediu dois líderes estudantis na cidade de Cusco. Os dois são militantes da organização Liga Socialista e dirigem a luta na Universidade Nacional del Cusco. O atentado marca o retorno das gangues do APRA, que produziram diversos ataques aos movimentos sociais durante o governo anterior deste partido, a maioria deles impune até hoje.

O dia da agressão começou com uma pacífica passeata de protesto contra as leis 29164 e 29167, que privatizam o patrimônio turístico na região. Antiga sede do império inca, a cidade de Cusco recebe milhares de turistas durante todo o ano, que visitam as construções incas, como a cidade de Machu Pichu. A marcha percorreu as ruas da cidade, reunindo professores, estudantes e funcionários da universidade. Quando retornava ao campus, foi reprimida pela Polícia Nacional, que chegou a prender três estudantes e um jornalista, depois liberados.

Mais tarde, grupos do APRA, partido do presidente Alan Garcia, infiltraram-se na universidade. Em represália à marcha, agrediram os dois militantes da Liga Socialista, dirigentes do Centro Federado (centro acadêmico) de Comunicação Social. O pior veio à noite, quando um bando de 50 partidários do APRA, armados com facas e bastões, cercou os estudantes que saíam de uma assembléia, na mesma universidade. Pegos de surpresa, três estudantes foram golpeados com chutes, paus e pedras. Um deles foi ferido na cabeça, com uma faca.

SOLIDARIEDADE
A Liga Socialista fez parte do Centro Internacional do Trotskismo Ortodoxo (CITO), que, após mais de uma década de separação, está em reunificação com a Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT-QI). A Liga Socialista faz um chamado a todas as organizações democráticas de todo o mundo para que expressem seu repúdio a este atentado. Segundo o grupo, “a agressão mostra uma orientação política do partido do governo para amedrontar estudantes, lutadores e ativistas que se opõem às medidas privatistas”.

O governo de Alan Garcia, responsável direto pelo atentado, tem se enfrentado com os trabalhadores peruanos. Além de privatizações, como a do turismo em Cusco, iniciou uma ofensiva contra os poucos direitos que os trabalhadores ainda possuem, para poder atender ao que determina o Tratado de Livre Comércio (TLC), assinado com os Estados Unidos. Para enfrentar o governo, o Partido Socialista dos Trabajadores (PST), partido da LIT-QI no Peru, defende a construção, democraticamente e pelas bases, de uma greve geral unitária. Esta seria um importante passo para deter os ataques do governo e iniciar a derrota do governo de Alan Garcia e suas gangues.

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