Ao mesmo tempo, as empresas retomam margem de lucros do período pré-criseA campanha de Dilma Roussef (PT) ao Planalto vai tentar convencer as pessoas de que a vida realmente mudou nesses dois mandatos de governo Lula. Para pelo menos uma parte da população, isso não vai demandar tanto esforço. Uma parte, porém, ínfima. Nunca antes nesse país, como diria Lula, os banqueiros lucraram tanto.

De acordo com matéria do Correio Braziliense, a partir de dados consolidados do próprio Banco Central, as 100 maiores instituições financeiras do país acumularam lucros de R$ 127,8 bilhões entre 2003 e 2009, os sete anos de governo Lula. Nem mesmo a crise econômica que balançou o planeta impediu os lucros do setor. Ao contrário, o setor foi um dos poucos que passaram incólumes e ainda aumentaram seus lucros.

Considerando ainda que os critérios do Banco Central levam em consideração somente a atividade própria dos bancos, ou seja, não contabilizam ganhos com seguradoras por exemplo, esses lucros, no total, são ainda maiores.

Em 2009, os 100 principais bancos aumentaram seus lucros totais em R$ 23 bilhões, 26% a mais que no ano anterior, num período em que o PIB do país contraía 0,2%. No ano passado, enquanto centenas de milhares de trabalhadores conviviam com o medo da demissão e as férias coletivas, dois bancos batiam o recorde em lucros. O Banco do Brasil, com R$ 10,1 bilhões e logo atrás o Itaú/Unibanco, com R$ 10 bilhões.

São lucros vindos das taxas abusivas, dos salários arrochados dos bancários e dos juros cobrados aos correntistas, que podem chegar a 13% ao mês no cheque especial. Só para efeito de comparação, a caderneta de poupança rende 0,5% ao mês. Tudo isso embalado numa política econômica do governo Lula que tem nos bancos seus principais privilegiados. Com a chegada da crise no país, no final de 2008, a primeira medida que o governo tomou foi a liberação do compulsório, os recursos que todo o banco é obrigado a depositar no Banco Central a fim de constituir um fundo de segurança em caso de quebra.

Empresas
Não é, porém, somente os bancos que fazem a festa no governo Lula. Reportagem do Estadão, trazendo dados da Fundação de Desenvolvimento Administrativo (Fundap), ligado ao governo paulista, avaliou 222 empresas com ações negociadas em bolsa, revelando a recuperação da margem de lucros dessas empresas para níveis anteriores à crise.

Segundo a fundação, a margem de lucro subiu de 5,6% no quarto trimestre de 2008 para 10,8% no mesmo período de 2009. Ou seja, quase o dobro. Foram analisadas 139 empresas da indústria, 13 do comércio e 70 de serviços. Prova de que a política econômica do governo Lula é democrática na distribuição dos lucros às empresas e banqueiros.

Enquanto isso, a novela do reajuste aos aposentados continua se desenrolando no Congresso, com o governo ameaçando vetar o projeto que reajusta em 7,7% os vencimentos das aposentadorias.