As negociações que vinham acontecendo entre a CUT, os banqueiros e o governo estavam caminhando tranqüilamente para um final amistoso em outubro, ou seja, um mês depois da data-base.

Com a explosão da crise nos bancos norte-americanos, os banqueiros resolveram acabar com a brincadeira e engrossaram a voz. A calmaria em que a CUT negociava se transformou num inferno.

Agora a Contraf/CUT está chamando um calendário para que todos os sindicatos façam assembléia até o dia 29. Ainda não marcaram a data da greve, mas, pelo menos, estão falando nela.

Isso deverá animar os bancários e fortalecer um processo de lutas para arrancar dos bancos e do governo uma conquista para valer.

Sem assembléias
A CUT de hoje não tem nada a ver com a organização dos bancários. Pelo contrário. Ela desorganiza e enfraquece o movimento para ter o controle sobre a categoria.
As assembléias sempre foram muito importantes para organizar e escolher os rumos da categoria. Depois de 2003, quando os bancários começaram a desmascarar os sindicalistas da CUT, os grandes sindicatos do país passaram a fazer poucas assembléias e resolver quase tudo apenas em reunião de diretoria.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, o maior do país, não faz assembléia desde o início de julho. Já estamos no final de setembro, mês da data-base da categoria, e não houve uma assembléia sequer.

A falta de democracia é um fator de enfraquecimento do movimento, mas é também a demonstração de que o sindicalismo da CUT não é mais capaz de convencer os trabalhadores e se vê obrigado a apelar para manobras de pelegos.
Cabe à categoria se organizar em seus locais de trabalho e passar por cima desses dirigentes da CUT, pois só assim se poderá conseguir uma vitória na campanha salarial.

Dia nacional de luta dos bancários
Depois de muita enrolação entre a CUT e os banqueiros, começou a haver campanha e saiu até um calendário que aponta a mobilização para o final de setembro.
Nesse calendário está previsto um dia nacional de luta no dia 25 e assembléias até o dia 29. Os grandes sindicatos do país, que estão filiados à CUT, não apresentaram o que farão nesse dia de lutas. Nem chamaram assembléia ainda.

Já os sindicatos ligados ao Movimento Nacional da Oposição Bancária (MNOB), ligado à Conlutas, estão chamando assembléia e marcando o dia de luta com paralisações.

Participar das assembléias
Depois de muita pressão das bases cobrando a campanha salarial, e depois de os banqueiros endurecerem nas negociações, a Contraf/CUT resolveu “sair da toca” e apresentou um calendário que prevê assembléias até o dia 29.
O MNOB defendia um calendário que apontava assembléias para o dia 23 e greve a partir do dia 24. Infelizmente, a força majoritária no movimento demonstrou seu método de manobras para não realizar a luta ainda na data-base, tentando empurrar a campanha para outubro.

Agora, com as assembléias que vão acontecer pelo país, é hora de a categoria se rebelar e fortalecer a participação nas assembléias para tomar a luta em suas próprias mãos. Não dá para deixar que os sindicatos da CUT dirijam o movimento porque eles vão querer controlar o processo e limitá-lo para não perder as rédeas e para, ao final, fechar um acordo rebaixado.

A categoria tem agora a oportunidade de votar a greve antes de o mês acabar. Para isso tem que se organizar e estar presente nas assembléias para garantir que seus interesses serão preservados. Cada vez que os sindicalistas tentarem enganar é preciso que todos se rebelem e votem contra as manobras da turma da CUT, mantendo a luta até a vitória.

O Movimento Nacional de Oposição Bancária defenderá nas assembléias do dia 29 a greve por tempo indeterminado a partir de 30 de setembro.

Post author Wilson Ribeiro, de São Paulo (SP)
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