Os trabalhadores dos bancos públicos e privados de todo o país estão se mobilizando fortemente em resposta à proposta rebaixada e à intransigência da Fenaban, que mesmo obtendo o maior lucro da história do sistema financeiro nacional (R$ 15,5 bilhões em seis meses), se nega a atender as reivindicações dos bancários.

A categoria reivindica 11,77% de reajuste salarial e um PLR de 100% do salário, mais fixo de R$ 788 e 5% do lucro líquido. Os banqueiros estão oferecendo 4% de reajuste, mais PLR de 80% do salário e abono de R$ 1.000. Essa proposta dos banqueiros é ainda mais rebaixada do que a apresentada por eles no ano passado, não atingindo sequer o índice inflacionário deste ano.

Por causa da intransigência nas negociações, a mobilização está crescendo e o Movimento Nacional de Oposição Bancária está atuando para preparar uma greve nacional, caso os banqueiros sigam intransigentes. A direção governista, por enquanto, não teve coragem de fazer o mesmo que no ano passado, quando disse para a categoria aceitar a proposta dos banqueiros. Mas a greve de 2004 mostrou que, se for necessário, a categoria está disposta a passar por cima dessa direção para lutar por suas reivindicações.

Essa disposição já se faz sentir em vários locais. Nesta quinta, dia 22, os bancários do Rio de Janeiro paralisaram as atividades por 24 horas. No Centro da cidade, onde estão concentrados os principais bancos, todas as agências pararam e cerca de 70% do total das unidades do município aderiram à paralisação. Os bancários também foram uma das principais categorias presentes à passeata da Conlutas, que percorreu o Centro no final da tarde.

Para o dia 28 de setembro está marcada uma greve nacional de 48 horas e atos da categoria em diversos locais. Além disso, há o indicativo de greve por tempo indeterminado a partir do dia 6 de outubro, caso os banqueiros não atendam as reivindicações dos bancários.