Em 2007, a campanha salarial dos bancários já aponta para muita luta novamente. Os bancos estão aumentando seus lucros e batendo recordes, com aumento de até 35% com relação ao ano passado.

Por outro lado, a categoria continua num sufoco com o arrocho salarial, o estresse pela cobrança por venda de produtos e ameaças de demissão, gerando uma nova síndrome entre os bancários: a síndrome do pânico, além de depressão. Essa contradição de lucro versus exploração é o elemento que deverá incendiar a categoria em setembro.

No entanto, velhos problemas continuam afetando o movimento bancário. As direções sindicais ligadas à CUT, que dirigem 90% dos bancários, não só continuam com a política de pauta de reivindicações rebaixada, como estão negociando cada vez mais na lógica do patrão. Desta vez, estão priorizando a negociação da PLR e das comissões em detrimento do salário.

Continua a falta de democracia, com o Comando Nacional nomeado pelas entidades sindicais ao invés de serem eleitos pela base. Segue, ainda, a negociação na mesa única da Fenaban, tirando a possibilidade de obter conquistas nos bancos públicos.

O MNOB (Movimento Nacional de Oposição Bancária) está lutando nas bases para reverter essa situação. Foram realizados plebiscitos nos bancos públicos sobre a questão da mesa única, da eleição direta para o Comando Nacional e sobre o índice. A consulta revelou que o anseio da categoria está em oposição ao que está sendo apontado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT).

Os sindicatos do Rio Grande do Norte, Maranhão e Bauru, que têm acordo com o MNOB, fizeram o debate em suas bases, realizaram assembléias para eleger os representantes ao Comando Nacional e apresentaram uma outra pauta de reivindicações, votada contra a pauta da Contraf/CUT.

O desafio agora é ganhar as assembléias de todo o país para essa mesma política. São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte, onde os sindicatos são grandes e dirigidos pela Articulação/PT, terão esse debate colocado nas assembléias pelos militantes do MNOB. Outros sindicatos ligados à Democracia Socialista/PT (Porto Alegre, Florianópolis e Pará), Corrente Sindical Classista/PCdoB (Bahia e Sergipe) e PSOL (Espírito Santo e Santos), que sempre criticaram a Articulação, estão sendo intimados pelo MNOB a se posicionarem de forma coerente contra a pauta rebaixada da CUT e construir com o MNOB em alternativa à Contraf/CUT.

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