Bancários de todo o país decidiram paralisar suas atividades nesta sexta-feira, dia 28. O protesto foi deliberado em assembléias realizadas no dia anterior. Em São Paulo, a assembléia da categoria reuniu cerca de 1.200 pessoas na Quadra dos Bancários, centro da cidade. Além da paralisação, os bancários aprovaram por consenso indicativo de greve a partir do dia 3 de outubro, quarta-feira.

Novas assembléias serão realizadas no dia 2 para deflagrar o movimento de greve, caso as negociações com os banqueiros não avancem. Apesar dos sucessivos lucros recordes obtidos pelos banqueiros durante o governo Lula, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu aos trabalhadores apenas 4,82% de reajuste salarial. Tal índice é bem inferior até mesmo à pauta rebaixadíssima reivindicada pela Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), de 10,3%.

As perdas salariais dos bancários, categoria que reúne 420 mil trabalhadores no país, variam de 30% a 100%. Apesar disso, as direções ligadas à CUT, além de impor um Comando Nacional de forma antidemocrática, excluindo os setores de oposição, prioriza a negociação de PLR e comissões em detrimento de salários.

Apesar da posição da Contraf-CUT e das direções ligados à CUT, os funcionários dos bancos estão indo à luta. O último dia 20 foi um dia nacional de mobilização, que contou com atos e protestos em várias regiões. Já o dia de paralisação neste dia 28 conta com grande adesão principalmente dos bancos públicos.

“O Movimento Nacional de Oposição Bancária, ligada à Conlutas, luta contra a política da CUT, atuando no sentido de mobilizar a categoria pela base, rumo à uma forte greve que derrote o arrocho imposto pelos banqueiros”, afirma Wilson Ribeiro, bancário da CEF.