Apesar dos lucros exorbitantes, os bancos propõem reajuste ridículo. Para a Oposição Nacional Bancária, é necessário chamar um Encontro Nacional de Base para preparar a categoria rumo à greve nacionalBancários de todo país se mobilizam por reajuste salarial e aumento real dos salários. Apesar dos bancos lucrarem, só este ano, 20,1% a mais que no ano passado, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), oferece apenas 6% de reajuste, o que sequer repõe as perdas causadas pela inflação do último ano.
 

Bancos têm lucros recordes…

Os bancos são os maiores beneficiários da política econômica do governo Lula. Nesse primeiro semestre, o Banco do Brasil, por exemplo, teve seu maior lucro em 18 anos, de R$ 1,4 bilhão. Somado aos lucros da Caixa, Bradesco, Itaú, Unibanco, Real/ABN Amro e Banespa/Santander, no mesmo período, esse número sobe para R$ 6,8 bilhões.

… e bancários amargam arrocho salarial e demissões

Nas agências avançam as demissões e as terceirizações, o que precariza ainda mais as condições de trabalho dos bancários. Sofrendo com a falta de funcionários, os bancários são obrigados, muitas vezes, a exceder o limite estabelecido por lei de seis horas diárias de trabalho. Essa situação atinge em cheio a população, que é obrigada a enfrentar horas de fila nas agências. E ainda paga altíssimas tarifas bancárias.

A categoria está ainda sofrendo com o arrocho, que corrói os seus salários desde a época de FHC. As perdas acumuladas na mesa da Fenaban estão em 20%. Para os bancos públicos, essas perdas são absurdas, chegando a 110% para os funcionários do Banco do Brasil e 130% para os bancários da Caixa Econômica Federal.

A Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT), porém, se recusa a divulgar esses números, reivindicando apenas os 25% como aumento real. Isso é uma mentira para poupar o governo Lula, pois, com isso, as gigantescas perdas dos bancários dos bancos estatais vão para debaixo do tapete. E o pior é que os sindicatos dirigidos pela Articulação e pelo PCdoB se recusam a chamar assembléias da categoria para discutir a campanha e sua pauta.

Organizar já a greve para garantir reajuste

Além da reposição, os bancários dos bancos estatais estão mobilizados pela isonomia salarial, ou seja, pelo mesmo salário entre os novos concursados e os funcionários antigos. Os bancários dos bancos privados também exigem o cumprimento da jornada estabelecida por lei, de seis horas, estabilidade no emprego, além do fim das terceirizações.

A maneira pela qual a direção do movimento conduz a campanha salarial evidencia o quanto essa direção é correia de transmissão do governo Lula. Ao invés de chamar um encontro nacional aberto de bancários, essa direção realizou um encontro fechado, só para dirigentes, no último dia 25 de agosto. Para ter as reivindicações atendidas, a Oposição Nacional Bancária luta pela convocação de um encontro nacional da categoria, aberto, e a deflagração de uma greve nacional e unificada, para derrotar o governo, as direções dos bancos e as direções pelegas do movimento.

Post author Alexandre Lopes, do Rio de Janeiro (RJ)
Publication Date