Na última terça-feira, 21 de outubro, os bancários em greve da cidade de São Paulo fizeram um ato em frente à agência da Caixa Econômica Federal da avenida Paulista, um dos mais importantes centros financeiros do país. A agência já é um local tradicional de protestos da categoria. No prédio, também está localizado o escritório do ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Cerca de 100 pessoas compareceram à atividade que não contou com o Sindicato nem para sua convocação, nem com a sua presença no ato. A decisão de fazer uma manifestação independente veio depois da assembléia do dia 20 de outubro.

A diretoria do sindicato não apresentou nenhum informe e não houve debateu com a categoria. A conseqüência foi que não houve deliberação alguma. No final da assembléia, a Oposição reuniu os bancários que estavam indignados com a postura autoritária do sindicato.

Foi formada uma comissão que entregou uma carta ao ministro, exigindo interferência do governo nos bancos federais para abertura de negociação. A Conlutas apoiou a manifestação, estando presente e emprestando um carro de som.

Propostas ainda precisam ser melhoradas
A proposta apresentada foi um avanço obtido graças à greve. Mas poderia ser melhor. É necessário entender os limites colocados para melhorar essa proposta.

Primeiro, a própria crise financeira internacional que já chegou ao país e limita a possibilidade de grandes conquistas. A conjuntura atual é diferente de setembro, quando os metalúrgicos conseguiram reajustes de 11% a 14%.

Segundo, o papel dos sindicatos e do Comando Nacional da CUT que estão sempre enganando dos trabalhadores, mantendo a negociação na mesa da Fenaban (mesa única) ao invés de negociar em separado com o BB e a CEF.

Diante disso, e depois de 22 dias de greve, o que se apresenta como proposta é sim uma conquista. No entanto, o MNOB considera que é preciso melhorar mais um pouco. Entendemos que tem de ser estendido os 10% para todos. Além disso, nos bancos privados, é preciso exigir 10% para todos, anistia dos dias de greve, estabilidade até o próximo dissídio.

No Banco do Brasil, 10% para todos, anistia dos dias de greve, implantação de um novo PCS até 30 de junho de 2009, prazo para conclusão das mesas temáticas em 31 de março de 2009, direito ao acumulo e conversão em espécie do abono assiduidade para todos, abrir negociação sobre o projeto USO, fim da lateralidade. Já na Caixa, defendemos 10% sobre todas as verbas para todos, anistia geral dos dias de greve, plano de reposição das perdas salariais, isonomia para os novos (licença-prêmio, ATS e VP), rediscussão das condicionantes para migração para PCS2008 e o PCC.

Fonte: Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB)