O lucro dos bancos se mantém em alta. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, teve uma alta de 53,49% em seu lucro no primeiro semestre deste ano em ralação ao ano passado. O HSBC, 41,12%. Mas os banqueiros e o governo insistem em arrochar os salários dos bancários com um acordo rebaixado.

A inflação medida pelo INPC de setembro de 2007 a agosto de 2008 é de 7,15%. Os bancos ofereceram reajuste de 7,5%, ou seja, 0,35% acima da inflação. Essa proposta está gerando uma grande raiva na categoria e isso vai provocar uma grande greve dos bancários.

Em todo o país, o MNOB/Conlutas (Movimento Nacional de Oposição Bancária) está discutindo a preparação da greve para o dia 30 de setembro e a categoria está aceitando muito bem essa proposta.

CUT quer apenas paralisação de 24h
Apesar de rejeitar o índice apresentados pelos bancos, a Contraf/CUT não demonstra convicção para lutar contra os banqueiros e o governo. A proposta que aquela entidade está fazendo para os seus sindicatos é que organizem assembléias no dia 29 e apenas uma paralisação de 24 horas no dia 30.

A intenção deles é bem clara. Querem fazer uma greve só depois das eleições de 5 de outubro. Isso só vai contra a vontade da categoria, que tem muita pressa em receber um aumento no salário e a PLR para se desafogar das dívidas.

O MNOB/Conlutas já vinha cobrando assembléias e um calendário de mobilização que apontasse a greve da categoria para a semana de 24 de setembro, logo após a última rodada de negociação. Agora, o MNOB está defendendo nos sindicatos do Rio Grande do Norte, Bauru e Maranhão, uma greve por tempo indeterminado a partir do dia 30.

Essa proposta também será levada para as assembléias dos grandes sindicatos como São Paulo, Rio e Brasília, através das Oposições Bancárias. O MNOB/Conlutas chama aos bancários de todo o país que atropelem os sindicalistas da CUT, que estão enrolando a categoria, e aprovem a greve a partir do dia 30. Essa tem de ser a resposta dos bancários contra os 7,5%.

Não vamos esperar a crise
Os banqueiros estão falando que há uma dificuldade em fazer uma concessão para a campanha salarial, por conta da crise financeira americana. O governo Lula faz bravatas dizendo que a crise é problema do Bush e que o Brasil vai muito bem. A Contraf/CUT segue o discurso do PT e repete a ladainha de que os bancos brasileiros não têm nada haver com a crise americana.

Com isso, a CUT defende a proposta de jogar a greve para mais pra frente, depois das eleições. Isso não é a vontade da categoria, pois os bancários têm muita pressa em resolver a campanha salarial.
O mais perigoso nessa proposta da CUT, contudo, é a crise se agravar nos EUA e, ao contrário do que eles estão dizendo, a situação ficar muito mais difícil para a economia brasileira. Isso tornaria mais difícil um bom acordo para a categoria.

Esse risco que a CUT está querendo correr, o MNOB/Conlutas não concorda em passar. O que o MNOB/Conlutas defende é greve já, para fechar o acordo o mais rápido possível.

Em Porto Alegre, os delegados sindicais da Caixa Federal já votaram essa proposta e impuseram ao sindicato que encaminhasse o edital da assembléia do dia 29 com greve para o dia 30.

Agora é preciso repetir isso em São Paulo, Rio e Brasília.