No dia 4 de agosto, 42 bancários de 8 estados e do Distrito Federal, representando 3 sindicatos e 8 oposições sindicais, realizaram uma plenária em Brasília, convocada pelos sindicatos do Rio Grande do Norte e Maranhão para discutir campanha salarial.

As propostas da Contraf-CUT para a campanha foram criticadas: “Não dá para trocar salário por comissão de vendas. Queremos lutar pela reposição de perdas” afirma Wilson Ribeiro, da coordenação do MNOB (Movimento Nacional Oposição Bancária).

Além de defender um índice de reajuste irrisório de 10,31% frente a perdas salariais que exigem um reajuste de 29,27%, a CUT quer impedir os bancários de negociar diretamente com os bancos federais. Querem que toda negociação salarial seja feita com a Fenaban (Federação dos Bancos) para evitar desgaste do governo. Além disso, a proposta de eleger em assembléia os representantes no Comando Nacional foi rejeitada pelos cutistas.

A situação da categoria se agrava. Além das perdas salariais e assédio moral para buscar produtividade. As fusões agravam o problema de demissões. A maior fusão da história do sistema financeiro ocorrerá envolvendo o ABN-Amro da Holanda. Dois bancos estão na disputa: o britânico Barclays, e um consórcio que inclui o espanhol Santander. A previsão é de 19 mil a 24 mil demissões no mundo todo. No Brasil, caso o vencedor seja o Santander, a previsão é de 5 mil demissões em São Paulo. Sindicalistas da Contraf-CUT (Confederação de bancários da CUT) estão envolvidos em negociações com o Santander para viabilizar estas demissões, a exemplo das 12 mil demissões ocorridas no Banespa pós privatização.

A plenária decidiu pela construção de uma alternativa para toda a categoria. Foi discutida uma pauta de reivindicações sintonizada com os interesses da base. E também uma estratégia de campanha alternativa. “Foi uma plenária nacional que decidiu batalhar por uma campanha salarial digna, e que vai submeter todas suas decisões à base, mostrando na prática um sindicalismo diferente” afirma Alexandre Francisco da Oposição Bancária do Rio.

Post author Fábio Bosco, de São Paulo (SP)
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