No dia 18, o Tribunal Regional do Trabalho de Campinas manteve as demissões na Embraer. Mas a luta para reaver os 4.270 postos de trabalho não foi vencida. A mobilização continua. Por isso, neste momento, a solidariedade de todos é fundamental. É preciso Ao Exmo. Sr. Luis Inácio Lula da Silva
Presidente do Brasil

As mais de 4.200 demissões promovidas pela EMBRAER são uma verdadeira tragédia que se abate sobre a classe trabalhadora do país.

A privatização desta empresa, em 1994, significou a entrega para o setor privado de um patrimônio estratégico do povo brasileiro. A venda da empresa aeronáutica, ainda por cima, só foi viabilizada porque os compradores receberam financiamento com dinheiro público.

O governo mantém ainda participação acionária de cerca de 20% na empresa, através da PREVI e do BNDES.

O BNDES, além disso, injetou na empresa mais de 8 bilhões de dólares em financiamentos nos últimos dez anos. O Estado brasileiro segue então financiando uma empresa que distribui milhares de dólares aos seus acionistas em Nova York e ao banco Bozano, mas que para os trabalhadores brasileiros, apesar de serem quem garante de fato os projetos e a produção, sobra um ataque tão brutal como o desemprego.

O fato é que a EMBRAER é uma empresa estratégica, construída com o suor do povo brasileiro, que foi privatizada e entregue ao capital financeiro internacional, mas que continua sendo financiada pelo governo brasileiro.

Depois de sua audiência com a Embraer, o presidente afirmou que nada poderia fazer. Mas, por outro lado, está fazendo muito para garantir o interesse dos acionistas. Mesmo depois das demissões, o BNDES anunciou mais recursos públicos para a empresa. Um verdadeiro escândalo e uma provocação aos pais de famílias que foram sumariamente demitidos.

As demissões não se justificam, pois a Embraer tem mais de 3 bilhões de reais em caixa e as encomendas de aviões para 2009 garantem a produção e o emprego dos trabalhadores.

Mas os executivos da empresa não pensam desta forma. Eles estão destruindo uma conquista do povo brasileiro em nome do lucro fácil e desenfreado. Os executivos da empresa aplicaram parte do lucro na especulação financeira, perdendo mais de R$ 177 milhões no famoso cassino dos derivativos. São estes mesmos executivos que além dos seus milionários salários, recebem bônus de R$ 50 milhões por ano.

Ante a incompetência da administração privada da Embraer, ante sua importância para o país, pois a fabricação de aviões deve ser considerada uma atividade estratégica para o desenvolvimento nacional, exigimos de seu governo, a imediata reestatização da Embraer e reintegração de todos os trabalhadores demitidos da empresa.

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