Após a reabertura do comércio, no dia 21 de abril, o número de infectados pelo coronavírus saltou de 64 para 244 casos
PSTU-BA

PSTU – Feira de Santana (BA)

Feira de Santana é uma das cidades afetadas pela escalada dos casos de transmissão e contaminação do coronavírus na Bahia. Os dados sobre a Covid-19 atualizados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), revelam o quadro caótico da pandemia na segunda maior cidade do estado.

Desde a última atualização da SEI, na quarta-feira (20), os números indicam que Feira de Santana possui 217 casos de infectados pelo coronavírus (quinto maior índices das cidades baianas), com três mortes já confirmadas. O que segue por trás desses números é a política genocida de Bolsonaro, as medidas mea boca do governador Rui Costa (PT) e a irresponsabilidade criminosa do prefeito Colbert Martins (MDB).

Desde o início da pandemia, Feira de Santana não obteve nenhuma ação eficiente do então prefeito, que por sua contradição, é um professor médico infectologista de carreira. Apesar do seu ofício médico, Colbert Martins tem feito uma gestão da crise sanitária de maneira omissa, irresponsável e criminosa. Feira de Santana, uma cidade de entroncamento, não possui nenhuma barreira sanitária para averiguar o seu intenso fluxo rodoviário e não realiza testagem em massa para a população, o que contribui significativamente para o aumento da subnotificação dos casos de Covid-19 no município.

Os dados da SEI também apontam para a situação dos leitos exclusivos para pacientes com Covid-19 por munícipio na Bahia. Feira de Santana, cuja transmissão do coronavírus atingiu 217 casos notificados, dispõe de apenas 50 leitos, sendo 20 de casos clínicos e 30 para pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Um número alarmante ao se tratar de uma cidade com uma população em cerca de mais de 600.000 habitantes, segundo as estatísticas estimadas do IBGE. Como agravante, já estamos com 50% de ocupação desses leitos para UTI.

Enquanto a crise da pandemia se agiganta em Feira de Santana, a prefeitura segue de forma inoperante. O prometido hospital de campanha exclusivo para Covid-19, sequer está funcionando, e os esforços do prefeito tem sido de reestruturar o antigo Hospital privado Mater Dei, para depois da pandemia entregá-lo aos seus proprietários. Defendemos a estatização do Mater Dei, e que o hospital seja reestruturado a serviço do povo.

Baixa taxa de isolamento social

Um outro dado caótico sobre a situação de Feira de Santana durante a crise sanitária do coronavírus é a taxa de isolamento social. Atualmente, a cidade possui uma porcentagem de 37.6%, referente ao isolamento social, a medida considerada mais eficiente no combate a pandemia. Com esse baixíssimo índice de isolamento, a cidade de Feira de Santana tem aumentado os seus casos de contaminação, impulsionados pela medida criminosa do prefeito Colbert Martins, ao reabrir o comércio da cidade no dia 21 de abril.

Desde a reabertura do comércio, a cidade atingiu um grande pico no ascenso dos casos de covid-19. O município saiu de 64 casos antes da reabertura para 244 casos até a escrita desse artigo. Essa explosão de casos decorre da pressão de um punhado de grandes empresários da cidade que colocam os seus lucros acima das vidas, assim como a submissão do prefeito, que embora seja médico, optou por arriscar a população diante da grave iminência de contaminação com a abertura do comércio.

Com os casos de mortes também aumentando, a prefeitura decretou o fechamento do comércio somente a partir dessa quinta-feira (21/05), em uma medida tardia, e que carrega em si o sangue de três mortos e centenas de casos notificados pela covid-19. Ademais, amplos setores da classe trabalhadora, os desempregados, informais, artistas e moradores da periferia e da zona rural, seguem sem qualquer apoio de políticas públicas por parte da prefeitura. O prefeito Colbert Martins (MDB) que senta e negocia com facilidade com os empresários da cidade é o mesmo que fecha as portas do Paço Municipal para os mais pobres.

É preciso ressaltar que esses números revelam o tamanho da crise sanitária que vivemos durante a pandemia. Uma crise de humanidade, expressa pela barbárie do capitalismo, um sistema que não garante o avanço de medidas protetivas eficientes, pois a lógica da acumulação de capital segue como a máxima predominante.

Faz-se necessário um outro modelo de cidades, governado por conselhos populares, nos marcos de um outro sistema social. Por uma sociedade socialista, na qual a riqueza produzida pelos trabalhadores seja em proveito do seu bem estar, da sua qualidade de vida e da sua emancipação social.