Mobilização do dia 17

A indignação que toma todo o país chegou a Salvador e a juventude tem se levantado para questionar as injustiças sociais na cidade

Milhares de pessoas tomaram uma das principais avenidas de Salvador no ato nacional pelo Passe Livre nesta segunda-feira, dia 17 de junho. Logo cedo, na concentração do ato, já dava sinais de que seria grandioso. Milhares de jovens chegaram muito antes do horário marcado e se reuniam para conversar, discutir as pautas, os motivos que os levavam até ali.

No sábado, 15/06, após a reunião preparatória do ato, cerca de mil pessoas saíram as ruas da região do centro de Salvador e foram em passeata até a estação da Lapa, cantando palavras de ordem na defesa de um sistema de transporte público, gratuito e de qualidade. As mobilizações são uma clara expressão de que a população de Salvador não suporta mais o caos nos serviços como transporte, saúde e educação.

Quando o ato do dia 17 saiu da concentração, já era possível ver que se tratava de um ato de milhares. Houve momentos que o ato tomou quase toda a Avenida Tancredo Neves, centro financeiro da capital Baiana. Segundo a PM, o ato reuniu cerca de 10 mil ativistas. Os milhares de ativistas levavam diversos cartazes com dizeres que iam da luta do transporte, reivindicando redução da tarifa e tarifa zero, mais ônibus, conclusão e ampliação das obras do metrô. As pautas levadas para a rua retratavam o caos que a cidade vive no transporte, que só tem piorado nos últimos dias por conta das modificações realizadas para atender às demandas da FIFA. Hoje, milhares de Soteropolitanos gastam cerca de 5 horas no trânsito para se deslocar de casa para o trabalho ou estudo.

Mas não eram apenas as bandeiras do transporte que estavam no ato. A indignação que toma todo o país chegou a Salvador e a juventude tem se levantado para questionar as injustiças sociais na cidade. A falta de verbas para saúde e educação foram elementos destacados nos cartazes, que questionavam a prioridade do governo com a Copa, enquanto os direitos sociais são negados constantemente na cidade e no Estado.

A militância do PSTU esteve presente no ato defendendo a unidade dos lutadores para lutar contra o caos no transporte que vive a cidade hoje. Parte das pautas que o partido levou para as ruas foi a defesa da municipalização do transporte público da cidade, o fim do SETEPS (Sindicato patronal das empresas de ônibus que controla o transporte coletivo da cidade) e a defesa do passe livre para estudantes e desempregados.

Na próxima quinta-feira (20/06), acontecerá mais um ato que promete reunir ainda mais pessoas, unificando as dezenas de pautas que têm mobilizado milhares nos últimos dias. O ato sairá da Praça do Campo Grande (14hs) em direção à Arena Fonte Nova, palco dos jogos da Copa das Confederações.