No dia da disputa do 3° lugar da Copa das Confederações, a indignação é grande com os gatos abusivos e o descaso com o transporte, saúde e educação

As manifestações em Salvador por um transporte público acessível e de qualidade, e contra os gastos com a Copa, continuam. No dia 30 de junho, cerca de 800 pessoas saíram da Praça do Campo Grande em direção à Fonte Nova,  estádio no qual acontecia a disputa do 3° lugar da Copa das Confederações.

A indignação com os gastos abusivos da Copa se expressavam nos cartazes e nas palavras de ordem agitadas pela população. Não é por menos, a região metropolitana de Salvador registra uma alta taxa de desemprego de 19,7% da População Economicamente Ativa, as escolas e hospitais públicos estão sucateados e a saída que o governador Jaques Wargner (PT) propõe são as famosas PPP’s, as Parcerias Público Privadas, destinando cada vez mais dinheiro para os empresários.

O protesto que saiu em direção à Fonte Nova foi impedido de prosseguir ao se aproximar do “perímetro FIFA”, local no qual, no dia 20 de junho, aconteceu a maior das cenas de repressão da Polícia Militar do último mês. Os manifestantes foram completamente cercados pela PM à serviço de ACM Neto (DEM) e de Jaques Wagner(PT) , com seus carros e barreiras montadas pela Tropa de Choque. Depois de negociações, não houve impedimento do ato se aproximar da barreira policial para ali finalizar a manifestação oficialmente e sem conflitos com a PM.

Em meio às diversas pautas do movimento, foi entoado com mais coro na manifestação do dia 30 o “Fora Feliciano”. Depois da proposta da “Cura Gay”, aprovada pela Comissão de Direitos Humanos, só faz aumentar a força das mobilizações contra o Marcos Feliciano, presidente da CDH. Os manifestantes exigiam com cartazes: “ Deixe que o meu amor Passe Livre da sua Homofobia”, “Não queremos ser curados, e sim respeitados”.

Mesmo com o número de manifestantes reduzido, comparado aos últimos atos, a luta em Salvador pelo Passe Livre e por mais investimentos na saúde, no transporte e na educação continua. Além de combativo, o movimento vem atraindo bons comentários da população Soteropolitana. Com agitação constante das baterias presentes, e sem ser em dias de festa, as ruas de Salvador são ocupadas por lutadores e evidencia na prática que “Não é Carnaval, é Salvador caindo na real”.

O Movimento Passe Livre- Salvador lançou uma nota, neste dia 1 de julho, esclarecendo boatos expressos pela grande mídia, que destaca o número reduzido de pessoas presente na manifestação de ontem e o seu atraso, e considera que o maior impedimento da ida dos manifestantes para a concentração do ato se deve ao caos e descaso com o transporte público de Salvador:

“Entretanto, por conta da atual conjuntura do transporte urbano da cidade, que oferece uma frota reduzida aos domingos e feriados, alguns manifestantes encontraram dificuldade de locomoção e, por este motivo, se atrasaram para o início do ato. Cabe ressaltar que o aumento da frota de ônibus aos domingos e feriados é uma das reivindicações do MPL, protocolada em carta na Prefeitura Municipal de Salvador, na última quinta-feira (27), justamente porque entendemos que a defasagem do transporte público aos domingos e feriados, assim como prejudicou os manifestantes que se atrasaram, prejudicam constantemente toda a população soteropolitana.”