Populares se juntaram aos protestos na noite de quinta-feira
CMI Recife

A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), junto com o governador Jarbas Vasconcelos, o prefeito João Paulo (PT) e os demais prefeitos da região metropolitana, promoveu mais um aumento de passagem. O reajuste foi de 10%, sendo que a menor tarifa, no anel A, pulou de R$ 1,50 para R$ 1,65. Esta é a tarifa da maioria dos trajetos usados pela população da capital pernambucana. A passagem no anel C custará R$ 2,50.

Desta vez, o abuso dos governantes para privilegiar os empresários não ficou sem resposta. Começaram a surgir dezenas de mobilizações espontâneas de caráter juvenil e popular, culminando com a sua generalização na quinta feira, 17 de novembro, onde cerca de mil estudantes bloquearam a principal avenida do Centro do Recife, a Conde da Boa Vista. A partir daí, vários bloqueios ocorreram em outros pontos da cidade.

`DetalheAs mobilizações de bloqueios tiveram início às 16h e terminaram por volta das 21h, com uma violenta repressão policial, comandada pela tropa de choque. Os policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo e detiveram cerca de 20 pessoas. A imprensa deu ampla cobertura com o teor favorável aos patrões, com pequenas críticas ao governo e com denúncia implacável de atos de vandalismo dos estudantes. No dia seguinte, o Jornal do Comércio estampou a manchete ‘Guerra no Centro´, em alusão às manifestações.

Redução Já
O protesto foi uma iniciativa da UJS/PCdoB, que tentou conduzi-lo para a Assembléia Legislativa para acalmar os estudantes e dar visibilidade aos parlamentares da frente popular. O ato logo fugiu de seu controle e uma nova coordenação foi formada, com estudantes da Conlute, a Conlutas, associações populares, grêmios independentes, militantes do PSTU e anarquistas, entre outros.

Esta comissão foi recebida pelo representante da EMTU e apresentou a pauta de reivindicação: redução do preço de todos as passagens do Recife e Região Metropolitana; meia-passagem para todos aos domingos e feriados, passe-livre para estudantes e desempregados, retirada do controle da cidade e estatização dos transportes coletivos. A EMTU só tinha o objetivo de quebrar a luta e desdenhou das propostas do movimento. A população está constatando que o transporte de milhões de trabalhadores e jovens não pode permanecer nas mãos de uma máfia de cerca de 10 empresários que lucram fortunas a custa do povo, que viaja espremido em “latas de sardinhas”.

Não houve a participação de nenhum parlamentar do PT ou PCdoB nos atos, muito menos da CUT governista. A Câmara de Vereadores das cidades e a Assembléia Legislativa sequer se pronunciaram sobre o tema. Depois de intensa pressão, marcaram uma audiência pública para a próxima quarta-feira, quando esperam que a luta já tenha sido derrotada.

Novos atos
A luta continua e de forma mais organizada, com uma grande mobilização marcada para esta sexta, dia 18. Este ato é coordenado pela UESPE (PCR), Conlutas, Conlute, Sindicato dos Correios, PSTU, P-SOL e PCR.

`NoOs atos de hoje começaram mais cedo, por volta das 8h da manhã. A concentração ocorreu em frente ao Ginásio Pernambucano, na rua do Hospício, com passeata pela Conde da Boa Vista. No final da manhã, os estudantes bloquearam a Avenida Agamenon Magalhães, altura do Derby, interrompendo o trânsito. No início da tarde, eles se encontraram e, até às 16h, cerca de 30 ônibus haviam sido atingidos por pedras.

O PSTU participa destas mobilizações, lutando para unificar a luta contra aos aumentos de transporte, de tarifas públicas e combinar com a bandeira do Fora Todos.