O centro do Recife viveu um momento que há tempos não era visto. O dia pode ser comparado à época da ditadura militar, quando estudantes e trabalhadores eram duramente reprimidos. Nos anos 1960, em plena repressão militar, vários estudantes foram feridos em uma ação dentro da Faculdade de Direito. Um estudante morreu nesses confrontos. A partir desse episódio, esse local virou um símbolo de resistência para o movimento estudantil pernambucano. O Diretório Acadêmico dos Estudantes da faculdade leva o nome do estudante até hoje: Demócrito de Sousa Filho.

No dia 20 de janeiro de 2012, o governador Eduardo Campos (PSB) fez questão de reviver esse tempo cruel da ditadura no mesmo local que também pode ser considerado como um símbolo da covardia dos governos repressores.

A polícia do governo pernambucano abriu fogo contra a população recifense que estava pacificamente exercendo seu direito de protestar. A tirania do Batalhão de Choque de Pernambuco, comandado pelo Tenente Coronel José Antônio, foi tão absurda que atacou a Faculdade de Direito. Bombas de efeito moral foram jogadas dentro do prédio que pertence Universidade Federal de Pernambuco, local onde estavam estudantes e trabalhadores refugiados.

Os protestos acontecem por causa do aumento de 6,5% nas tarifas de ônibus na Região Metropolitana do Recife. Isso há pouco tempo dos vereadores terem aumentado seus próprios salários em 62%. Estudantes e trabalhadores, inconformados com essa situação na capital pernambucana, acreditando na luta, vêm organizando atos e passeatas.

Violência gratuita no Recife

O governador de Pernambuco joga bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e atira com balas de borracha em estudantes e trabalhadores que vão às ruas exigir melhores condições no transporte público. O absurdo é tão grande que até as máquinas fotográficas e filmadoras estão sendo roubadas pela polícia, com o objetivo de inibir registros da repressão.

Enquanto isso, trabalhadores e seus filhos passam horas para chegar ao local de trabalho ou à escola em ônibus sem qualidade. Pouca frota e falta de acessibilidade e de segurança, também são problemas enfrentados pela população recifense. Esse sofrimento precisa ter um basta. O PSTU estará presente nessa luta junto com os estudantes e trabalhadores até o fim, exigindo do governo:

• Aumento ZERO!
• Passe-livre para estudantes e desempregados!
• Que Eduardo pare de criminalizar os movimentos sociais e se retrate pela violência praticada!
• Demissão do comandante José Antônio, um dos responsáveis pela repressão!
• 2% do PIB da região metropolitana para transporte público, administrado por uma empresa pública de transporte!
Post author Rebeca Malaquias, em Recife
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