Barcas S/A: passagens caras, acidentes e sucateamento mostram a cara da privatizaçãoNos últimos dias a polícia civil do Rio de Janeiro tem se empenhado em intimar diversos ativistas que estão divulgando pelas redes sociais o protesto que ocorrerá na manhã do dia 1º de março, em frente à estação das barcas de Niterói contra o aumento das passagens.

Segundo a edição online de 24/02 do jornal O Fluminense o delegado titular da 76ª DP (Centro), Alexandre Leite, disse que ainda está investigando a situação, mas que ” quem postou esse vídeo pode ser enquadrado no Art. 286 do Código Penal de incitação ao crime, mas nós ainda estamos investigando”. O delegado também disse que já mandou ofício avisando do protesto ao 12º BPM.

Vários outros protestos vêm ocorrendo, de maneira organizada, em frente à estação das barcas, através de panfletagens e falações com o objetivo de esclarecer e ganhar o apoio da população, mas têm sido duramente reprimidos diretamente pelos seguranças da concessionária Barcas S/A.

Privatização é o centro do problema
Vivemos em um país onde toda semana, pelo menos 37 milhões de brasileiros ficam sem o dinheiro da passagem para voltar para casa. O preço da passagem das barcas era R$ 2,80 e por dia navegam cerca de 85 mil usuários – o que já garantia um faturamento de mais de 7 milhões por mês. Agora a passagem foi aumentada para R$ 4,50, onde o governo do estado subsidiará parte desse valor, e os usuários passarão a pagar R$ 3,10. Ou seja, estamos sendo roubado duas vezes: diretamente na bilheteria, e indiretamente através de impostos.

Quem lucra com isso?
Administrada pela concessionária privada Barcas S/A, o serviço de transporte de barcas está cada vez mais precário. Isso acontece devido ao processo de privatização dos meios transportes através das concessões. Com o argumento de melhorar o serviço, os contratos de concessões foram sendo firmados sem consultar a população.

A Barcas S/A é controlada por um conjunto de empresas, entre elas a que comanda a empresa rodoviária 1001. As vítimas desse sistema privatizado são, como sempre, os trabalhadores. Após um dia inteiro de trabalho, são obrigados a suportar horas na fila, atrasos, acidentes e superlotação.

Luta da população já provocou a estatização das Barcas em 1959
A indignação popular contra este aumento absurdo ocorre 50 anos após a grande revolta que praticamente destruiu a estação, em 1959. Indignados pelo aumento da passagem, cerca de 30 mil pessoas depredaram não só a estação, mas todas as lojas e escritórios da família Carreteiro – então responsável pela administração do serviço. Até mesmo a casa dos proprietários foi alvo da fúria da população. No final do dia, o povo desfilou com as roupas da família pelas ruas.

A revolta forçou o então presidente Juscelino Kubitschek a estatizar a frota e o serviço. No final dos anos 90, porém, a onda de privatizações chegou à Baía de Guanabara e a antiga Cia. de Navegação do Rio de Janeiro (Conerj) passou ao controle do Consórcio Barcas S/A. O serviço piorou a partir de então. As filas, por sua vez, só aumentam, enquanto o número de barcas se mostra insuficiente para atender a demanda.

Vamos dizer não a este aumento abusivo e exigir a reestatização das Barcas e de todos os transportes públicos!
Hoje o que vemos na prática é que o serviço piorou, e o preço só aumentou. Os concessionários ainda contam com o apoio e cumplicidade de diversos políticos que mantém relações obscuras com essas empresas. Nossa luta é pelo fim do regime das concessões!
Queremos a reestatização das barcas, sob controle e a serviço da classe trabalhadora.

TODO@S AO ATO CONTRA O AUMENTO ABUSIVO ANS BARCAS S/A, NESTA QUINTA-FEIRA, DIA 01 DE MARÇO. A PARTIR DAS 07 DA MANHÃ NA PRAÇA ARARIBÓIA (NITERÓI) E ÀS 18 HORAS NA PRAÇA XV (NO RIO)

  • Contra o aumento da passagem! Passe livre já!
  • Fora BARCAS S/A! Pela reestatização das Barcas!
  • Chega de Sérgio Cabral e Jorge Roberto!
  • Niterói para os trabalhadores!