Nos últimos meses, vem subindo a temperatura na categoria dos petroleiros. Já há uma divisão concreta na categoria com o racha no último congresso da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que fundou a Frente Nacional dos Petroleiros (FNP). Desde sua fundação, ocorreram duas eleições sindicais que mostraram o grau desta disputa.

A primeira delas foi a eleição do Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos (SP), em que a chapa da FNP ganhou com 70% dos votos. E a segunda foi a eleição dos sindicatos dos petroleiros de Caxias (RJ), em que a chapa da FUP/CUT ganhou a eleição com 42% dos votos, a chapa da FNP, que defendia a desfiliação da CUT, obteve 39% e os divisionistas da chapa 3, Sindicato pela Base, tiveram os 3% dos votos que deram a vitória aos governistas.

Apesar dos resultados diferentes, ambas eleições demonstram o mesmo fenômeno: está se construindo uma direção alternativa à atual direção da FUP/CUT.
Em São José, onde a Conlutas está se consolidando com força e onde os trabalhadores conheciam o trabalho dos companheiros da FNP, os governistas da FUP/CUT obtiveram menos de 30% dos votos.

Em Caxias também estava colocada a vitória da chapa da FNP, que neste caso também defendia a ruptura com a CUT. No entanto, a ação de divisionistas, que montaram uma chapa para dividir a oposição, deu a vitória, apertada e com menos de 50%, à chapa da FUP/CUT.

Uma nova direção está se construindo a partir da base dos petroleiros e esta direção, que ainda é minoritária na categoria, é a que tem a melhor e maior dinâmica.

No caminho para a construção da FNP como uma alternativa de direção, esta organização deve assumir em sua próxima reunião o calendário adotado no Encontro do 25 de março contra as reformas neoliberais e participar das manifestações de 17 de abril, 1º de Maio e da semana de lutas de 21 de maio.

Agora, a FNP tem pela frente a preparação de seu primeiro Congresso, que deve votar a pauta da Campanha Salarial deste ano e as bases e regimento para a fundação de uma entidade alternativa para a categoria.

E, além disso, a disputa pela direção se dará também nas eleições, este ano, dos sindicatos de Manaus, Ceará e Amazonas, Pará, Amapá e Maranhão; e no primeiro semestre do ano que vem, do Rio de Janeiro, Norte Fluminense, Bahia e Alagoas e Sergipe.

Em cada um desses conflitos e disputas haverá um forte tensionamento da categoria que exigirá muito esforço de seus dirigentes. Mas a construção de uma direção anti-governista para o setor é fundamental para desbloquear as lutas e unificar com outros setores que também estão se mobilizando.

Pelegos querem dividir sindicato
O Sindicato dos Petroleiros de Alagoas e Sergipe sofreu mais um ataque. Depois de dezenas de punições na base por causa de paralisações, agora o sindicato sofre tentativas de divisão da categoria, com a fundação de outro sindicato.
A Força Sindical, em conluio com a CUT e a FUP, chamou uma assembléia no dia 10 de abril para fundar um sindicato dos trabalhadores petroleiros das empresas privadas, tentando, além de dividir o sindicato, atacar mais direitos dos trabalhadores desta categoria.

Mas a fraude foi desmascarada. No dia da assembléia, 25 trabalhadores da base dos petroleiros foram até o local da assembléia para impedir a farsa e conversar com eventuais trabalhadores que comparecessem a este “teatro”, No entanto, no local não havia nenhum trabalhador, apenas um diretor da Força Sindical.
Agora é preciso denunciar na base este tipo de manobra que os patrões tentam fazer com a direção da empresa, assim como intensificar o trabalho de base.

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