Uma nova onda de protestos e bloqueios generaliza-se na Bolívia contra a política neoliberal de Carlos Mesa e pela expulsão da transnacional Aguas de Illimani.
Diante das mobilizações, Mesa fez um discurso de mais de 40 minutos na televisão, dizendo-se pressionado por “minorias radicais” e que não poderia seguir governando “em respeito aos bolivianos”. No dia seguinte, ele entregou ao Congresso sua carta de renúncia.

Quando fechávamos essa edição do Opinião, o Congresso ainda não tinha definido se aceitaria ou não o pedido. A manobra de Mesa visa a obter um voto de confiança do Parlamento, para assim enfraquecer as lutas encampadas pelos trabalhadores bolivianos, tentando com a chantagem da renúncia jogar a culpa pela crise nas costas do povo. Lula já se apressou em cumprir seu papel de bombeiro da crise. Por telefone, o petista emprestou apoio e solidariedade ao presidente boliviano, dizendo que espera “uma solução constitucional para a crise”.

Qualquer tentativa de criar uma saída institucional não resolverá os problemas do povo boliviano. A única solução é levar a cabo a revolução boliviana para que os trabalhadores tomem em suas mãos o poder.

Post author Yara Fernandes, da redação
Publication Date