No dia 12 de junho de 2013, foi realizada uma audiência pública, com mais de 200 pessoas, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, para relembrar o assassinato do casal José Luis e Rosa Sundermann e exigir punição para seus assassinos e mandantes. Um ato promovido pelo deputado estadual Adriano Diogo (PT), presidente da Comissão Estadual da Verdade "Rubens de Paiva", e organizado pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU.
Presidiram os trabalhos o próprio deputado Diogo; Marisa dos Santos Mendes, diretora do Sindicato dos Metroviários de São Paulo; Rafael Martinelli, do Fórum Permanente dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo; Luis Carlos Prates, o Mancha, diretor do Sindicato dos Metalurgicos de São José dos Campos e os advogados Idibal Piveta e Américo Gomes.
Realizaram seus depoimentos Jose Donizetti de Almeida, ex diretor da Fasubra; João Zafalão, diretor da Apeoesp; Ana Luisa Figueiredo, diretora do Sintrajud e ex-candidata do PSTU a prefeita de São Paulo; Jorge Luís Martins, ex-presidente do Sindicato, atualmente advogado dos funcionários da Unicamp e ex dirigente da CUT Regional do Interior junto com José Luis; e, finalmente, a advogada Julia Maria Eid, que falou sobre como anda o processo na Corte Interamericana.
Na audiência, foi lido o depoimento de Eraldo Strumiello, ex-candidato a prefeito pelo PSTU em São Carlos, e Atnagoras Lopes, da central CSP Conlutas , leu uma poesia feita por ele e Helena Silvestre, militante do movimento popular.
O ato emocionou a todos, levando, em vários momentos, os presentes a chorarem e se indgnarem. Ficou claro para todos que os assassinatos foram crimes políticos e não um crime comum como a Policia Civil do estado de São Paulo insistiu em caracterizar.
Houve também um rechaço generalizado aos governos que constantemente contestam a denúncia feita na Corte Interamericana de Direitos Humanos feita pelos advogados da Fundação José Luis e Rosa Sundermann contra o Estado brasileiro por negligência e omissão nas investigações.
José Luís era da direção do Sindicato dos Servidores da Universidade Federal de São Carlos (USFSCAR) e da FASUBRA (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil). Rosa havia sido eleita para a direção nacional do PSTU no Congresso de fundação do partido semenas antes do crime.
Os depoimentos exclareceram que o assassinato tem a ver com o envolvimento desses companheiros nas lutas da região entre os anos de 1990 e 1993, quando dirigiram greves dos cortadores de cana e catadores de laranja da região, provocando o ódio dos usineiros e latifundiários.
Todas as suspeitas dos mandantes, no entanto, levam aos usineiros da região, em especial aos donos da Usina Ipiranga. Denúncias anônimas e um pedido formal de investigação dos usineiros, feito pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de São Paulo, no entanto, foram ignorados.
Esse crime mostra que, mesmo após a ditadura militar, os lutadores sociais continuam sendo vítimas dos poderosos, que matam e ainda saem impunes. Não vamos deixar que esse crime caia no esquecimento.