Em todo o país, o 1º de maio foi lembrado como um dia de luta dos trabalhadores, em contraposição às festas das governistas Força Sindical e CUT. Confira como foram alguns dos protestos.

SÃO PAULO
O ato classista do 1º de Maio acabou com uma caminhada pelo centro de São Paulo. A manifestação, convocada pela Conlutas, Intersindical, Pastorais Sociais, MTST, MST, PSTU, PSOL e PCB, reuniu cerca de duas mil pessoas.

Na Praça da Sé, os trabalhadores e a juventude resgataram o significado do 1º de Maio, repudiando o caráter festivo e governista dos atos das centrais pelegas – CUT e Força Sindical.

José Maria de Almeida, o Zé Maria, da Conlutas, iniciou sua fala denunciando o massacre do povo haitiano pelas tropas da ONU, comandadas pelo exército brasileiro. Lá, os trabalhadores foram impedidos de fazer atos. O povo do país caribenho está em um processo de mobilização radicalizada contra o aumento do preço dos alimentos e vem sofrendo dura repressão. Zé Maria chamou uma salva de palmas para o povo do Haiti e uma vaia para Lula.

Também falaram representantes das pastorais, da Intersindical, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O ato teve apresentações culturais que lembraram os 40 anos do 1º de Maio de 1968, quando operários expulsaram os pelegos e o governador biônico do palanque. Ao final, todos saíram em caminhada pelo centro da cidade, cantando palavras de ordem.

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP)
Cerca de 300 pessoas participaram de um ato unificado dos trabalhadores em defesa dos direitos, pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, por emprego, moradia e condições dignas de vida.

Na manifestação, foram lembrados os ataques que estão sendo feitos pelas empresas na região, como a GM, que quer impor o banco de horas e reduzir salários; a Johnson, que também planeja reduzir os salários na fábrica em até 38%; ou ainda os condutores, que estão ameaçados de perder direitos e empregos. Os discursos apontaram o caminho da unidade, da resistência e da luta dos trabalhadores para barrar os ataques dos patrões.

RIO DE JANEIRO
A Cinelândia, conhecida por ser palco de grandes manifestações no Rio, novamente cedeu sua beleza para marcar a luta dos trabalhadores. Mais de 500 ativistas, mesmo sob a chuva, participaram do ato-show realizado por Conlutas, Intersindical, MST e outras entidades. As falas foram marcadas pelas denúncias contra os governos e as reformas neoliberais. Também foram denunciados o descaso com a saúde, a violência policial e os ataques aos movimentos sociais. Cyro Garcia, do PSTU, falou da luta contra o fator previdenciário e denunciou o governo Lula e a ocupação do Haiti.

FORTALEZA
O protesto reuniu diversas categorias que estão em processo de mobilização. Cerca de 500 manifestantes denunciaram a política mercenária dos empresários da construção, que provocou uma greve dura e radicalizada na categoria. Servidores municipais, trabalhadoras da confecção feminina, indígenas, movimentos sociais e populares da região, entidades estudantis e partidos de esquerda marcaram sua presença.

“Cadê, cadê a Fortaleza Bela, se o trabalhador mora mesmo é na favela?”, “Não é livre quem vive a oprimir, fora as tropas brasileiras do Haiti”, foram algumas das palavras de ordem entoadas pelos manifestantes. A realização do I Congresso da Conlutas também foi lembrada no ato, que terminou ao som do grupo de rap Reviravolta.

GOIANA (GO)
Duas manifestações lembraram o 1º de Maio combativo e classista. O foco central foi o aumento do custo de vida para o trabalhador. De manhã, a Conlutas fez um ato na Praça do Bandeirante, por onde passam milhares de trabalhadores todos os dias. Depois foi a vez de o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Goiás (DCE-UFG) ocupar o prédio da companhia que controla o transporte público na cidade.

BELÉM (PA
Cerca de 600 pessoas participaram do ato. Em seguida, uma passeata pela cidade reuniu a Conlutas, o MST e a Intersindical. A manifestação contou com a participação da vanguarda da luta dos trabalhadores da construção civil, dos trabalhadores da educação, que estão em greve, dos auditores fiscais, que estão em campanha salarial, de David Stang, irmão de Dorothy Stang – freira norte-americana assassinada por latifundiários -, da juventude das três universidades públicas do estado, que estão construindo a frente de luta, entre muitos outros ativistas.

PORTO ALEGRE
Porto Alegre – O ato na capital gaúcha ocorreu no Largo Glênio Peres, no centro da cidade. Mais de 100 pessoas estavam no local. As diversas falas denunciaram a política repressiva de Lula no Haiti, principalmente agora, quando os haitianos levantam-se contra o aumento dos preços dos alimentos. A fome e o aumento dos preços da comida foram lembrados e relacionados com a lógica do lucro no campo: incentivo aos biocombustíveis e à plantação de eucalipto. O ato refletiu o sentimento da vitória de uma chapa de enfrentamento ao governo Lula na recente eleição do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul. O presidente eleito da nova diretoria saudou todos os grupos presentes e afirmou que o sindicato irá participar do I Congresso da Conlutas, em julho.

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