A CUT, no último dia 16, junto com a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), promoveu uma manifestação nacional pedindo mudanças na política econômica implementada pelo governo Lula.

As manifestações demonstraram mais uma vez que a CUT continua fazendo apenas críticas pontuais, entretanto, defende e torce para que esse governo dê certo. Nas palavras de Luiz Marinho, presidente da Central: “Nós não estamos descontentes com o governo, mas achamos que dá para fazer muito mais, do ponto de vista do crescimento, do que está sendo realizado”.

Não é possível separar a política econômica de quem a aplica. O próprio Lula já assegurou que não pretende mudar sua a política econômica. Pelo contrário, os setores do governo que vêm ganhando mais força, prestígio e destaque são justamente aqueles ligados à área econômica. Ou seja, não é possível derrotar essa política econômica sem derrotar o governo.

As manifestações do dia 16 de julho foram uma resposta da CUT à crescente frustração e insatisfação popular contra o governo que também respingam e desgastam a central governista. A Central se viu obrigada a fazer os atos para se adequar a essa realidade e não perder espaço político.

Mesmo assim, os atos do dia 16 foram um verdadeiro fiasco. Para uma Central que se orgulha de possuir mais de 3 mil sindicatos associados e de ter uma estrutura enorme, reunir 10 mil pessoas em atos regionais, que não precisam de nenhum grande operativo de infra-estrutura, é muito pouco.

CUT contra as lutas

Toda greve, mobilização ou campanha organizada por qualquer categoria sofrerá uma enorme pressão da CUT para desmontá-la. Foi assim com a greve dos servidores públicos federais. Agora, na campanha salarial dos petroleiros e bancários, a CUT tentará repetir a traição.

Nós, do PSTU, participamos dos atos convocados pela CUT porque somos contra a política econômica do governo Lula. Estivemos presentes com nossas faixas, panfletos e bandeiras criticando o governo e seus acordos com o FMI.

Estivemos com a Conlutas organizando e preparando a vitoriosa marcha a Brasília do dia 16 de junho. Ao contrário dos atos da CUT, essa marcha foi contra o governo e precisou de um heróico esforço dos sindicatos (até porque é muito mais difícil organizar um ato em Brasília) que conformam a Conlutas para garantir sua realização. Felizmente, fomos vitoriosos, colocando cerca de 20 mil pessoas em Brasília, provando que é possível construir uma oposição de esquerda ao governo.

Essas duas manifestações expressam duas vertentes: uma que defende o governo Lula, desarmando as lutas dos trabalhadores; outra que apóia a luta de todos os trabalhadores contra os ataques do governo.

Há muito tempo já escolhemos o nosso lado.

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