As categorias em luta começaram a realizar manifestações em todo o país combinando suas reivindicações específicas com a luta contra a corrupção. Se há uma intransigência do governo em não liberar recursos para reajustes e investimentos no serviço público, por outro lado, o dinheiro público jorra para pagar mensalões e financiar campanhas. Por isso, neste momento, as lutas específicas têm que estar coladas ao combate à corrupção. Enquanto a CUT vai a público defender o governo, a Conlutas está em todos esses atos e constrói, com os trabalhadores, a luta contra a corrupção e as reformas. Além disso, a Conlutas está chamando para o dia 17 de agosto, em Brasília, um ato nacional contra a corrupção, as reformas e a política econômica do governo Lula. Os trabalhadores devem seguir os exemplos das
manifestações que já ocorreram e usar a criatividade contra esse mar de lama. Vale usar camiseta preta, vacinar contra a corrupção, fazer quadrilhas
do mensalão, enterrar simbolicamente as figuras do governo…

Rio de Janeiro
No dia 30 de junho, os Servidores da Uerj, Uenf, Faetec, Educação, Justiça, Saúde, Proderj e Cedae, Conselhos/Ordens, servidores federais, entre outras categorias realizaram uma grande passeata unificada em defesa de suas reivindicações e contra a corrupção do governo Lula. A concentração ocorreu às 14 horas, na Candelária, de onde os servidores seguiram até a Assembléia Legislativa (Alerj). No caminho, servidores de diversos órgãos juntaram-se à manifestação, que ocupou toda a Av. Rio Branco. Já na Alerj, cerca de 500 policiais civis em greve se somaram ao protesto. Além da luta contra a corrupção, as reivindicações dos setores abrangem reposição salarial, planos de carreira, concursos, investimentos no serviço público e não à privatização de estatais.

No dia 24 de junho, os servidores em greve já haviam feito um ato pelas ruas do Rio, representando o enterro de Palocci. Os manifestantes carregaram um caixão com o “corpo” da política econômica do governo Lula, acompanhado pelos bonecos mumificados dos ministros Paulo Bernardo e Gilberto Gil.
Em Nova Iguaçu, também foi realizado um ato contra a corrupção, em 18 de junho, com cerca de cem pessoas. O protesto começou com um ato, panfletagem e apresentações teatrais, e prosseguiu com uma passeata pelo calçadão da cidade. Participaram comerciários, professores, eletricitários, bancários, estudantes e os servidores federais da Previdência, além de militantes do PSTU.

São Paulo (SP)
No dia 4 de julho, os servidores públicos federais, que estão em greve desde 2 de junho, realizaram um ato em frente ao prédio do Ministério da Agricultura, em São Paulo. O ato teve início às 10 horas e combinou as reivindicações contra a corrupção, contra o ataque ao direito de greve e pelo atendimento das reivindicações dos servidores.

Os servidores federais do Ibama já haviam realizado um ato no dia 8 de junho, lavando a entrada do prédio do Ibama em São Paulo, contra os casos de corrupção no órgão.

Brasília (DF)
Em 5 de junho, centenas de trabalhadores dos Correios fizeram uma passeata saindo da catedral com destino ao Supremo Tribunal Federal, onde mais de 500 trabalhadores fizeram vigília o dia todo, aguardando a votação sobre a quebra do monopólio estatal dos Correios. Estiveram presentes trabalhadores do Distrito Federal, de Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. O projeto privatista que é defendido pelo governo ainda está tramitando no STF, aguardando votação. Por isso, a jornada de lutas dos Correios contra a privatização e contra a corrupção continua.
Também em Brasília, houve um ato dos servidores federais em greve, no dia 22 de junho, em defesa das reivindicações específicas e contra a corrupção. Os servidores lavaram a entrada do Congresso Nacional.

Natal (RN)
No 15 de junho, ocorreu um grande ato em Natal contra a corrupção que toma conta do país. A manifestação aconteceu no calçadão da cidade, onde a população se misturava aos servidores federais e da saúde em greve. Um servidor da Previdência Social esteve de plantão com a vacina anticorrupção.

Aracaju (SE)
Chamado pelo Sintect/SE e com adesão de outros setores, ocorreu em Aracaju, no 15 de junho, um ato em frente à sede central dos Correios. A manifestação foi parte da luta contra a quebra do monopólio estatal dos Correios, contra a corrupção e em defesa da CPI, pela punição dos corruptos e corruptores.

São José dos Campos
A Conlutas, sindicatos do Vale do Paraíba e o PSTU realizarão no dia 6 de julho uma manifestação contra a corrupção, na Praça Afonso Pena, em São José dos Campos (SP). Além das tradicionais faixas e cartazes, os ativistas pretendem encenar uma festa junina. “Nada melhor do que uma quadrilha para representar o que está acontecendo no governo. Mas essa será uma quadrilha diferente. O Lula será o marcador e os brincantes vão representar os principais envolvidos no esquema”, disse Edmir da Silva, um dos organizadores.
Um ato anterior foi realizado no dia 8 de junho, com a “lavagem”` simbólica da sede dos Correios, com a presença de sem-teto, trabalhadores dos Correios, metalúrgicos e militantes do PSTU.

Recife (PE)
No dia 28 de junho, a Conlutas realizou um ato público contra a corrupção e as reformas neoliberais do governo Lula em Recife. O ato teve início às 16 horas, na esquina da Rua 7 de setembro com a Av. Conde da Boa Vista. No 30 de junho também ocorreu um debate sobre a corrupção no auditório do Sintect/PE (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Pernambuco), que lançou o Fórum Pernambucano de Luta contra a Corrupção.

Correios
Em várias cidades, como Rio de Janeiro (RJ) e Santos (SP), os Correios estão obrigando seus funcionários a usarem uma camiseta verde com os dizeres “CORREIOS 100% BRASIL”, ao mesmo tempo em que foram divulgados os escândalos de corrupção nos Correios e que o assunto é tema de uma CPI mista no Congresso. Em resposta, os trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro fizeram uma camiseta preta com os dizeres: “CPI DOS CORREIOS JÁ! PARA NÃO ACABAR EM PIZZA, PRISÃO PARA OS CORRUPTOS!”. Além da luta contra a corrupção, os trabalhadores da entidade estão fazendo uma jornada de lutas no país contra a privatização dos Correios. Essas lutas estão combinadas e, por isso, em vários locais, os trabalhadores dos Correios estão na linha de frente dos atos contra a corrupção.

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