Ato unificado na Paulista
Alex Leme

CSP-Conlutas defende no protesto unidade entre os setores em greve e luta contra reforma da Previdência e o ACENa manhã desse dia 20 de setembro, as diversas categorias em greve realizaram um ato unificado na Avenida Paulista. O protesto reuniu bancários, metalúrgicos, trabalhadores dos Correios, químicos e petroleiros, aglutinando cerca de 500 pessoas no centro financeiro de São Paulo. Participaram também centrais como CSP-Conlutas, CUT, CTB, Força Sindical e Intersindical.

“É muito importante a unidade de todos os que lutam para podermos fazer a resistência da classe trabalhadora” , afirmou Altino dos Prazeres, presidente do Sindicato dos Metroviários e da Executiva da CSP-Conlutas. Altino colocou as greves que ocorrem hoje no país no contexto da crise mundial e das lutas que acontecem na Europa, como a greve dos mineiros da Espanha, e das manifestações multitudinárias que tomaram Portugal na última semana.

“Aqui no Brasil também querem jogar a crise nas costas dos trabalhadores”, afirmou o representante da CSP-Conlutas. O lema da CSP-Conlutas nessas campanhas salariais está sendo: “A crise não é argumento/Eles podem dar aumento”. Altino citou também a reforma da Previdência que o governo Dilma tenta aprovar, aumentando a idade mínima nas aposentadorias, assim como o Acordo Coletivo Especial, o ACE, elaborado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e que flexibiliza a CLT. Na presença dos dirigentes do ABC e da CUT, Altino polemizou sobre o projeto e chamou à luta contra sua aprovação. “Respeito o sindicato, particularmente a sua história de luta, mas nós somos contra o ACE, pois ele flexibiliza a CLT, e somos contra isso”, afirmou.

Apesar de todas as divergências, Altino finalizou sua fala com um chamado à unidade na luta. “Apesar de todas as divergências que temos, sobretudo em relação à avaliação sobre o Governo Federal, chamamos à unidade com os companheiros da CUT, da Força Sindical, da CTB, da Intersindical, de todos os setores que estão em luta”.

Bancários e funcionários dos Correios
enfrentam intransigência

Os bancários estão em greve desde o dia 18, em resposta à intransigência da Federação Nacional dos Bancos, a Fenaban. A greve vem se fortalecendo em todo o país. Os bancários, com os bancos públicos à frente, rechaçaram a proposta de reajuste dos banqueiros, de apenas 6% (Os bancos lucraram R$ 25,2 bilhões no primeiro semestre.). A categoria reivindica 10,25%, piso salarial de R$ 2.416,38 e participação sobre lucro de R$ 4.961,25. Os bancários exigem ainda pautas específicas, como o cumprimento da jornada das 6 horas de trabalho no Banco do Brasil e isonomia na Caixa Econômica Federal.

Já os trabalhadores dos Correios também enfrentam a intransigência da empresa. “A greve está forte, nesse segundo dia de greve, temos 23 sindicatos que aprovaram parar, hoje (dia 20) ocorrem novas assembleias e mais sindicatos podem entrar em greve”, informa Geraldo Rodrigues, da coordenação da Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios (FNTC).

Nesse dia 19 ocorreu audiência no TST onde foi apresentada uma proposta de conciliação que abrange a reposição da inflação e R$ 80 de reajuste linear (para todos os funcionários). Apesar de bem distante dos 43% e R$ 200 de aumento linear reivindicado pelos trabalhadores, a empresa não acatou a proposta da Justiça.

Além da intransigência da ECT, os trabalhadores enfrentam outro desafio que é a fragmentação da direção do movimento. A FNTC vem fazendo um chamado à superação dessa divisão e à unidade na greve.

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