A Cinelândia, conhecida por ser palco de grandes manifestações no Rio de Janeiro, novamente cedeu sua beleza para marcar a luta dos trabalhadores. Ali, reuniram-se mais de 500 ativistas, mesmo sob a chuva que só parou de cair ao final da tarde. O ato-show, realizado por Conlutas, Intersindical, MST e várias outras entidades, foi marcado por falas contra os governos e as reformas neoliberais, pela denúncia do descaso com a saúde e a educação. Os manifestantes também falaram da violência policial e do ataque aos movimentos sociais, além de exigir reforma agrária e urbana.

A presença de diversas entidades fez com que o ato fosse bastante representativo, sendo o único ato no Rio em defesa dos trabalhadores. Os outros atos foram festas bancadas por governos e patrões, assim como foi o da CUT, como se a situação dos trabalhadores e da juventude fosse a melhor possível.

As mulheres tiveram presença marcante na manifestação. Foram várias as oradoras. Contamos com a presença de Heloísa Helena, que após sua fala ouviu o coro: “frente de esquerda socialista / a nossa frente é classista”. Vera Nepomuceno, do Sindicato dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ) e pré-candidata a vice-prefeita pela Frente PSOL/PSTU. Ela falou da alta dos alimentos, do ataque do governo à educação e da necessidade de barrar o conjunto das reformas.

Vera disse, ainda, que o caminho a seguir é o das lutas e ressaltou a importância de unir trabalhadores do campo e da cidade e a juventude. Cyro Garcia, representando o PSTU, falou da luta contra o fator previdenciário e denunciou o governo Lula e a invasão do Haiti por tropas brasileiras. Ele fez os ativistas catarem em alto e bom som: “fora já, fora já daqui / Bush do Iraque e Lula do Haiti”. Ele falou da importância da campanha pela retirada das tropas e da importância da solidariedade com os povos vitimados pelo imperialismo, dando um caráter internacionalista ao ato.

Música de primeira embalou o ato. Entre uma fala e outra, os ativistas foram homenageados com boa música, de Panela di Barro até o reverenciado Luís Carlos da Vila levaram sambas renomados e animaram os participantes. O desfecho foi com samba no pé e a certeza que há muito a fazer, pois 2008 será um ano marcado pelo congresso da Conlutas e pela necessidade de barrar a alta dos preços, o fator previdenciário e as demais reformas que o governo tenta emplacar.