Aquecidos pelas mobilizações que vêm ocorrendo nas universidades do país, ocorreu nesta quarta-feira, 20 de junho, o Ato em Defesa da Universidade Pública, em Maringá (PR). Estudantes, professores e funcionários da Universidade Estadual de Maringá (UEM), junto com servidores municipais e o Sindicato dos Bancários de Maringá e Região compuseram a mobilização que contou com aproximadamente 400 pessoas.
O ato público representou um novo impulso para as mobilizações dentro da universidade, pois conseguiu unificar várias categorias com um único propósito: defender a universidade pública, gratuita e de qualidade. Esta mobilização foi uma conquista notável para a comunidade universitária, uma vez que dialogamos com a população quando interrompemos a avenida Colombo por aproximadamente meia hora e, sobretudo, porque fomos ouvidos pela reitoria da universidade.
Após a paralisação da avenida Colombo (BR-376), os manifestantes dirigiram-se para a frente da reitoria e realizaram uma plenária, na qual os alunos fervorosos manifestaram diretamente ao reitor Décio Sperandio e ao vice-reitor Mário Neves de Azevedo suas indignações com a situação precária da universidade.
Respondendo ao movimento, o reitor e o vice-reitor aproximaram-se dos manifestantes e declararam apoio à manifestação, comprometendo-se em atender, a partir do segundo semestre, as reivindicações sugeridas por unanimidade pelos presentes na mobilização.
São estas as reivindicações de encargo da reitoria:
A reitoria deve dar uma resposta às reivindicações por escrito, até a segunda semana de aula do segundo semestre. Caso as exigências não aconteçam, os estudantes retornarão à reitoria solicitando o atendimento destas reivindicações.
DCE chama a polícia contra os estudantes
Um dos pontos comprovados no ato foi à ausência do Diretório Central dos Estudantes (DCE), que tem a função de defender os interesses dos alunos frente à administração da Universidade. Assim, os participantes decidiram se encaminhar ao DCE. Estava presente no local um dos diretores da gestão “Expressão”, o acadêmico da Educação Física, Rodrigo Cotessoto. Os manifestantes exigiram dele a abertura das portas da entidade para organizarem os próximos passos da luta.
Diante da negativa do diretor, os estudantes reivindicaram a convocação imediata de eleições para a entidade, pois esta deveria ter ocorrido em abril de 2007. Cotessoto pediu a palavra explicando que a eleição aconteceria depois do congresso da UNE, que deveria ter como prioridade representar os estudantes universitários. Houve um alvoroço por parte dos estudantes pedindo eleição já. Os manifestantes disseram não à UNE e ao seu congresso fraudulento de apoio ao governo.
A indignação dos estudantes era tamanha que o diretor Rodrigo Cotessoto, chamou a polícia com o intuito de reprimir o movimento. Desta forma, a plenária decidiu enviar um documento ao DCE, dando-lhe o prazo de 24 horas para a convocação de uma reunião dos Centros Acadêmicos (CEEB) que indicará a data para a próxima eleição.
Segundo os manifestantes, silenciar neste momento é colocar-se de joelho diante das reformas dos governos federal e estadual que acabam com a universidade pública.
Portanto, o Ato em defesa a da Universidade Pública, nas universidades estaduais paranaenses, além de ser uma vitória frente ao governo Requião, torna-se um instrumento que nos impulsiona a lutar.
*Liciene é militante do PSTU de Maringá.