Manifestação em BH percorreu as ruas do centro
Conlutas-MG

Aproximadamente dois mil manifestantes participaram do ato de encerramento das atividades promovidas pela Conlutas e por outras entidades neste dia 23, em Belo Horizonte. Por volta das 18h30, os manifestantes começaram a se dispersar, já em frente ao Palácio da Liberdade.

Duas concentrações, uma na Praça Sete e outra na Praça Afonso Arinos, convergiram para a sede da Prefeitura Municipal, fechando a avenida Afonso Pena, uma das principais vias de circulação do centro da Capital, por volta das 15h.

A Conlutas marcou presença com delegações de várias cidades da região metropolitana e do Centro-Oeste Mineiro. Professores das redes municipais de ensino de BH e Contagem, que paralisaram suas atividades nesse dia, e servidores da saúde pública estadual compareceram em grande número.

Várias categorias que realizaram greve no dia 23 estavam representadas. Dentre elas, os metroviários, servidores do Ibama, trabalhadores e estudantes do Cefet, servidores da Urbel, servidores técnico-administrativos, estudantes da UFMG e servidores da saúde de Contagem.

Representantes de vários outros movimentos sociais também compareceram, como as organizações da Via Campesina (MST, MAB, CPT e outros), MTL, Movimento de Luta dos Bairros, Vilas e Favelas de Belo Horizonte, Fórum de Entidades do Barreiro, Brigadas Populares, Articulação Popular em Defesa do Rio São Francisco, Marcha Mundial de Mulheres, Pastorais Sociais e várias entidades estudantis. Uma enorme alegoria representando o Rio São Francisco chamava a atenção dos que passavam pelo centro da cidade.

A denúncia da criminalização das entidades e movimentos sociais pelos governos teve bastante destaque durante a manifestação. Duas enormes faixas confeccionadas pela Conlutas denunciavam os governos do PT em BH e do PSDB no plano estadual, que têm atacado fortemente a organização sindical dos servidores.

A presença organizada da CUT era praticamente de funcionários de entidades sindicais cutistas e de dirigentes sindicais liberados. Em suas intervenções, os oradores da CUT buscaram a todo momento poupar o governo Lula e centrar a luta na defesa do veto presidencial à Emenda 3. No entanto, essas intervenções estavam em contradição com a própria base dos sindicatos dirigidos pela CUT que, neste momento, fazem greves contra governos do PT. É o caso dos servidores do Ibama, servidores da saúde de Contagem e dos metroviários.

Um dos pontos altos da passeata foi a parada em frente ao edifício da Receita Federal, quando a manifestação foi saudada pelos servidores do órgão, que jogavam papel picado dos andares mais altos do prédio. Após as intervenções de alguns oradores, dentre eles os representantes dos partidos políticos, a passeata seguiu para o Palácio da Liberdade, sede do governo estadual, dirigido por Aécio Neves/PSDB.

Um fortíssimo aparato de repressão foi montado, isolando as ruas do entorno da Praça, o que obrigou os manifestantes a pararem por mais de meia a hora a caminhada. Depois de muita pressão, a Polícia Militar, que também se encontra em campanha salarial e pode fazer greve a qualquer momento, acabou cedendo e a marcha seguiu pela rua lateral da praça. O ato encerrou em frente ao prédio da biblioteca pública.

Coube a Eliana Lacerda, do Sindicato dos Gráficos, encerrar a manifestação falando em nome da Conlutas. Eliana destacou a necessidade da unidade e o esforço da Conlutas em unificar todas as mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores, da juventude e demais setores da população pobre. Enfatizou que a luta da classe trabalhadora se enfrenta objetivamente contra todos os governos de plantão, do PT e PSDB, pois todos aplicam a mesma receita contra os trabalhadores e o povo.