Marcha na Rua 1º de Março, no Centro do Rio
Valerio Torre

Na tarde do dia 30, a Avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, foi tomada por cerca de quatro mil manifestantes, que atenderam ao chamado das centrais sindicais ao ato unificado contra o desemprego e a crise econômica. O ato teve concentração na Candelária e terminou na Avenida Chile, entre os prédios do BNDES e da Petrobras. O local foi escolhido estrategicamente para exigir a reestatização da empresa petroleira e denunciar o auxílio do banco público aos bancos e multinacionais.

A Conlutas participou com grande peso na manifestação. Nas falas dos ativistas e dirigentes da central foi cobrada uma medida provisória do Governo Lula que garanta a estabilidade no emprego e um chamado a todo o movimento que incorpore na campanha contra as demissões e pela reestatização da Embraer. Paulo Barela, que falou em nome da Conlutas, ainda colocou a necessidade dessa iniciativa unitária das centrais não parar nesse dia de mobilização e que o movimento avance no sentido de construir um dia nacional de paralisações ainda no primeiro semestre.

O movimento estudantil participou em grande peso da manifestação. Após fazer um ato no sábado, dia 28, contra o projeto de lei que restringe a meia-entrada, os estudantes foram às ruas, unificando a luta contra a mercantilização da cultura com a dos trabalhadores.

A comunidade palestina também participou dos protestos. Além da luta contra a crise, eles marcharam pelo Dia da Terra, que lembra o 30 de março de 1976, quando dezenas de palestinos foram massacrados por soldados israelenses.

Cyro Garcia, em nome do PSTU, além de saudar a vitoriosa manifestação, criticou o papel das centrais sindicais, que mesmo participando do dia unificado de mobilizações, se colocam na defesa do governo Lula e tentam omitir o papel que está cumprindo em garantir o lucro das empresas que atuam no país e deixando os trabalhadores pagarem pela crise. O chamado feito por Cyro a estas centrais foi muito bem recebido pelos manifestantes.

BAIXADA FLUMINENSE
Em Nova Iguaçu, a Oposição Bancária da Baixada Fluminense e a Conlutas atrasaram a abertura da agência do HSBC em protesto contra o fechamento de agências e a demissão de mais de 40 funcionários do banco na região. O protesto somou-se ao Dia Nacional de Luta contra o desemprego e a retirada de direitos. Os militantes da Oposição e da Conlutas fizeram um ato na porta do banco e distribuiram panfletos para os clientes do banco e para a população.