O dia 22 de setembro de 2011 entra para a história de nossa organização política com a oficialização do ingresso do Coletivo Ação Comunista (CAC) no PSTU. Um ato público realizado no auditório do Sindicato dos Bancários do Maranhão reuniu dezenas de militantes e simpatizantes do PSTU e do antigo CAC, para celebrar o final do processo de fusão das duas organizações.

O clima entre os presentes era de confraternização e muita alegria pela unificação. A mesa de abertura do ato contou com a presença dos companheiros Marcos Silva, Cláudia Durans e Eloy Natan, pela direção estadual do PSTU; Saulo Arcangeli, Dolores e Rogério, pelo antigo CAC; e do presidente nacional do PSTU, Zé Maria de Almeida. Todos destacaram o fortalecimento do PSTU com a entrada dos valorosos companheiros que romperam com o PSOL no início do ano.

A vinda dos companheiros se deu após um amplo debate sobre concepção e estratégia partidária, ocorrido conjuntamente com os debates de pré-congresso do partido. A militância conjunta na Conlutas e depois na CSP-Conlutas ajudou muito a reforçar os laços entre as duas organizações.

“Ao sairmos do PSOL, afirmávamos que pensaríamos como continuar intervindo na luta de classe no Maranhão. Muitos dos camaradas atuavam em sindicatos, mas não poderíamos ficar apenas nesse campo.

Durante o debate com os companheiros do PSTU tivemos a certeza que a estrutura e a concepção de partido que tentamos construir no PSOL já estavam consolidadas no PSTU”, destaca Wilson Leite, ex-presidente do diretório municipal do PSOL em Imperatriz, segunda maior cidade do estado.

O SURGIMENTO DO COLETIVO
O Coletivo Ação Comunista foi constituído em 2010 por diversos militantes fundadores do PSOL que atuavam nas lutas sindicais e populares do estado. Os membros do CAC nunca tiveram vinculação orgânica com nenhuma corrente interna daquele partido e apresentavam importantes divergências com o rumo que o PSOL tomava: “A base partidária está excluída de toda participação concreta, efetiva, nos rumos do partido”, explica o manifesto do CAC.

O CAC nasceu reivindicando maior inserção nas lutas cotidianas com um programa socialista, uma estratégia revolucionária e o internacionalismo proletário. Em março deste ano, o coletivo decidiu pela sua saída do PSOL após ter a concretização da degeneração do projeto socialista que foi discutido em sua criação como afirmam no manifesto de saída. “Infelizmente, o PSOL traiu o seu projeto original. Em menos de uma década, degenerou completamente”, afirma Wilson. Em um gesto autoritário, a direção nacional do PSOL interviu no Diretório Estadual para impor a filiação de militantes contra a decisão dos filiados no estado.

O PARTIDO NO MARANHÃO
Nestes 17 anos de história do PSTU no Maranhão, nosso partido tornou-se uma referência dentro da esquerda, enfrentando todo tipo de calúnias e ataques dos patrões e da oligarquia.

Sempre empunhando a bandeira da independência de classe e do socialismo, o partido atuou fortemente dentro das lutas do estado e nos processos eleitorais, denunciando a miséria do Maranhão produzida pelos Sarneys e seus colaboradores.
A partir da atuação nas fábricas, nas universidades e no movimento negro o partido conseguiu acumular uma forte coluna de quadros militantes que não se renderam ao oportunismo e à degeneração.

“É importante ter um partido revolucionário e nós sabemos que o PSTU, com toda a sua trajetória, sempre foi um partido que esteve na resistência e agora partimos para uma construção conjunta e de fortalecimento do partido”, afirma Saulo Arcangeli, ex-presidente do PSOL do Maranhão e candidato a governador nas últimas eleições.

SOMANDO EXPERIÊNCIAS
Agora, militantes de diversas gerações, desde aqueles que passaram pela construção e degeneração da CUT, do PT, e também aqueles que fizeram a experiência com o PSOL, até as gerações mais novas, que reconstroem um projeto de organização dos trabalhadores e da juventude independente dos patrões e do governo, estão finalmente reunidos numa só organização partidária.

“É significativo que dois grupos maduros que fizeram parte da luta e das resistências construídas nesse estado nas últimas décadas venham se juntar para fortalecer a esquerda”, conclui Maria Dolores, do antigo CAC.

Post author eloy natan, de São Luís (MA)
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