Trabalhadores atentos e solidários aos operários da GM
Luciana Candido

Cerca de 200 pessoas estiveram no Sindicato dos Metalúrgicos de são José dos Campos e Região nesta quarta-feira para o Ato Nacional contra a Redução de Direitos e Salários. A atividade teve como objetivo expandir a campanha contra o banco de horas proposto pela General Motors na cidade de São José dos Campos (SP).

Coordenando a mesa, estavam o presidente do sindicato, Adilson dos Santos, o Índio, e Ana Paula Rosa de Simone, da Intersindical. Vivaldo Moreira, diretor do sindicato e trabalhador da GM, explicou a proposta da empresa e relatou a ação dos trabalhadores desde que a montadora apresentou o banco de horas e a redução de salários.

A Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), entidade à qual o sindicato é filiado, esteve representada por Zé Maria de Almeida. Em sua fala, Zé Maria ressaltou a importância de transformar essa campanha numa luta nacional e internacional de todas as trabalhadoras e trabalhadores.

Ele explicou que os ataques da GM se dão em outras unidades da fábrica, no Brasil e em outros países. “É preciso globalizar essa luta de São José dos Campos contra o projeto da GM no mundo”, afirmou. Zé Maria também contextualizou os ataques da GM dentro da atual conjuntura de ataques gerais aos trabalhadores, como os ataques aos direitos trabalhistas e à Previdência.

Ele alertou, ainda, que os empregos só foram levados para a unidade de São Caetano do Sul porque o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC aceitou o banco de horas e a redução de salários sem consultar os trabalhadores. “Para essa luta ser vitoriosa, é fundamental o apoio e a solidariedade aos trabalhadores da GM, é fundamental que vejamos como parte de uma luta global que cada um de nós tem de levar na nossa região, em nível nacional e internacional”, afirmou Zé Maria.

Mane Melatto, representando a Intersindical, rebateu o argumento da GM e da burguesia local de que produzir em São José dos Campos trazia mais custos. A empresa se utiliza disso para ameaçar com a retirada da fábrica da cidade, o que ocasionaria milhares de demissões e uma quebra na economia local. “É mais caro sim, porque não aceita redução de direitos”, disse.

Ele também saudou o sentimento de unidade entre as várias categorias e entidades que estavam presentes. “Nós vamos estar juntos com todos que esteja dispostos a lutar e não aceitem nenhum tipo de redução”, assegurou.

Solidariedade e unidade
Das entidades presentes ao ato, surgiram inúmeros exemplos de ataques que se assemelham ao que os trabalhadores da GM estão sofrendo. Joaquim, do Sindicato dos Trabalhadores na Alimentação, informou que, na véspera, mais de trinta operários da Ambev haviam sido demitidos.

Sindicatos dos Vidreiros, dos Químicos, da Previdência, do Metalúrgicos de Campinas e de Limeira, de Condutores, entre outros, também falaram em apoio aos metalúrgicos da GM. Da mesma forma, representantes da Ocupação Pinheirinho e da Central de Movimentos Populares colocaram seus problemas como parte de uma mesma luta contra os ataques dos ricos.

Metalúrgicos não cedem
Antes do ato nacional, aconteceu um ato, às 14h. Cerca de 60 pessoas – diretores do sindicato, trabalhadores da GM e ativistas de várias categorias – permaneceram em frente à principal entrada da fábrica durante a troca de turno, entregando o Jornal Unificado em defesa dos direitos e salários e falando aos trabalhadores. Os operários pararam em massa e ficaram atentos às falações.

Panfletagens já foram realizadas em outras unidades da GM – São Caetano do Sul (SP) e Gravataí (RS). O sindicato e a Conlutas já estão fazendo contato com os trabalhadores da empresa nos Estados Unidos.

O ato desta quarta-feira foi a largada para uma ampla campanha nacional que poderá ultrapassar as fronteiras do Brasil e incomodar bastante a General Motors.

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