No dia 1º novembro, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), junto com outros movimentos sociais e entidades, realizaram um ato em frente à empresa Syngenta, uma multinacional que produz sementes de milho transgênico, fechando o portão de entrada pela parte da manhã. A atividade foi um protesto ao assassinato do trabalhador sem-terra Valmir Mota, conhecido como Keno, a mando desta empresa, no Paraná, no último dia 21.

O ato contou com cerca de 100 pessoas entre estudantes da Unicamp, sem-terra, representantes de sindicatos, da Intersindical, da Conlutas e dos partidos políticos PSOL e PSTU. A empresa ordenou aos ônibus que levavam os funcionários que não entrassem no pátio e ficassem encostados na estrada para que os trabalhadores não pudessem participar do ato e não fossem informados da política da multinacional de organizar milícias de jagunços contra o MST.

Nas suas falas, os militantes denunciaram a política do latifúndio, do agronegócio e da burguesia que, em nome da defesa de seus lucros e da propriedade privada, está disposta a tudo, inclusive a matar, para manter a atual ordem de miséria e exploração. Também foi denunciado o papel do governo Lula que aprovou a lei dos transgênicos, abrindo as portas do país para multinacionais como Syngenta e Monsanto, entre outras. Agora, o governo encaminha acordos com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, para produzir etanol no Brasil, aprofundando o nível de submissão do país ao imperialismo.

Da mesma forma que Lula implementa estes ataques no campo, vem atacando os trabalhadores das cidades, com suas reformas sindical, trabalhista e previdenciária, e também os estudantes, com o Reuni. Com isso, foi afirmada no ato a importância da solidariedade da classe trabalhadora de conjunto e a necessidade da unidade classista para combater os ataques do imperialismo, do latifúndio e do governo Lula, e para barrar as mortes no campo e nas cidades. A marcha a Brasília, realizada no dia 24 de outubro, precisa ser reivindicada como prova da possibilidade concreta da união entre trabalhadores, camponeses e estudantes na luta conjunta contra estes ataques.

O recado dado ao final do ato foi de que a burguesia e seus aliados têm as mãos sujas de sangue, e que cada baixa que houver na trincheira dos trabalhadores será respondida com a intensificação das lutas, unificando campo e cidade contra a exploração, por justiça e pelo socialismo.

O PSTU e a Conlutas prestaram solidariedade aos companheiros do MST, mas não podemos nos calar diante da opção de Lula de ficar ao lado dos usineiros e das multinacionais que matam impunemente os lutadores no campo. Nesse sentido não é possível manter qualquer tipo de apoio ou aliança com este governo. Chamamos os companheiros da direção do MST a romper com o governo cúmplice do capital para dar a batalha pela punição dos assassinos no campo e pela reforma agrária.

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