Um rito de passagem, um ato de construção e lutaO auditório do Sindicato dos Bancários do Rio ficou pequeno para receber os mais de 300 companheiros, militantes, ex-militantes, membros de outros partidos e organizações, familiares e amigos, que com muita emoção compareceram à homenagem a Teresa, fundadora e ex-Dirigente Nacional do PSTU e da Regional RJ, falecida em 28 de setembro de 2010.

O ato de homenagem foi aberto por Cyro Garcia, presidente do PSTU – RJ que, além de destacar o papel e importância de Teresa para a construção do partido, denunciou a política de segurança pública do Estado do RJ que ao contrário da falsa pacificação da cidade deixa a população refém da violência do tráfico, das milícias e da polícia.

Velhos piqueteiros, novos ativistas se emocionaram com a exibição do vídeo “Pra falar de Teresa”. De autoria de Simone Silva, Luis Fernando Couto e Hélcio Duarte Filho, o vídeo resgatou a trajetória dessa revolucionária, que se confunde com a construção do partido desde o seu ingresso na Convergência Socialista em 1982 na greve do Serviço Social da UERJ, passando pela Diretoria do SEEB-RJ, a ruptura com o PT e a fundação do PSTU, até sua luta contra a esclerose múltipla doença que a vitimou.

Dando continuidade ao ato, foi dada a palavra a Janira Rocha, Deputada Estadual eleita do PSOL-RJ, que destacou “a dignidade que Teresa teve durante toda a vida e que ela morreu uma pessoa digna” e que isso fortalece todos que gostavam de Teresa. Chico Alencar, Deputado Federal também pelo PSOL-RJ, enfatizou que: ” Teresa mesmo tendo um tempo de vida tão curtinho, continua nos dando vigor de vida“.

Teresa conseguiu reunir também Lindberg Farias, Senador eleito pelo PT-RJ, que disse estar honrado em homenagear Teresa e destacou a importância do PSTU que “é o único partido que se propõe revolucionário no Brasil e sei que paga um preço por isso”. Stelinha pelo PCB falou que “Teresa marcou profundamente a minha vida“. Ainda homenagearam Teresa o SEEB-RJ, o SINDJUSTIÇA da categoria em que Teresa se aposentou e que se encontra em greve.

José Welmovick, em nome da LIT, destacou que “Teresa era um exemplo de luta política, de luta nas greves, de luta pela construção do partido, e também de uma completa dedicação, de uma completa moral revolucionária, … era um exemplo de solidariedade“. Eduardo de Almeida, em nome da Direção Nacional do PSTU, considerou o ato como um rito de passagem e enfatizou que “Teresa foi um exemplo de moral, de militância em todos os sentidos no programa e na moral e que serve como construção de um exemplo, de uma tradição que fortalece enormemente a todos“.

O ato contou ainda com os companheiros da ABBR (Centro de Reabilitação) que, num momento de grande emoção, deram seus testemunhos da experiência que tiveram com ela durante o tratamento e na luta contra a exclusão a que estão submetidos os portadores de necessidades especiais na sociedade capitalista.

Teresa, ao lutar durante seus 28 anos de vida consciente com uma moral e dignidade inquebrantáveis, é dessas pessoas que dignificam a vida humana e nossa existência. A dedicação dessa revolucionária e sua capacidade de ser sindicalista e agitadora política, assim como uma propagandista e organizadora partidária, fez dela uma lutadora imprescindível. A Homenagem a Teresa foi não só um resgate de sua história de luta, mas também a de tantos outros companheiros(as) que empunharam e empunham a bandeira da Revolução Socialista e comoveu todos os presentes.

Um rito de passagem, como Edu denominou o ato, não se faz sem emoção, choros e lágrimas, poesia de Diego, Cordel de Nando, agradecimentos aos familiares e cuidadores. A homenagem dos que seguem a luta que foi a vida de Teresa foi comovente e à altura da trajetória dessa revolucionária pela dedicação, em especial, das companheiras de seu antigo núcleo e demais camaradas.

Viver é compartilhar. Compartilhar as memórias da vida e da luta de Teresa reavivou seu compromisso que agora damos continuidade: a luta pela Revolução Socialista, que como disse Zeca, seu companheiro de vida e de luta durante vinte e oito anos, é a melhor forma de homenagear Teresa.