No dia 26 de abril, às 19h30, haverá o ato “Desarquivando o Brasil“, na PUC-SP, no TUCA Arena. A manifestação está sendo convocada por alunos de pós-graduação da PUC e pela Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos pela Ditadura Militar. O ato terá início com um debate, que contará com a presença do jurista Hélio Bicudo, da professora de Arquivologia da USP Ana Maria Camargo e de Criméia de Almeida, ex-guerrilheira no Araguaia.

O debate será realizado 20 dias após o término do prazo dado pela Justiça para a quebra de sigilo dos documentos referentes à guerrilha do Araguaia, movimento iniciado pelo PCdoB durante a ditadura militar, no Pará. No dia 6 de dezembro de 2004, a Justiça deu ganho de causa à ação impetrada pelos familiares e sobreviventes da guerrilha e determinou que toda a documentação das Forças Armadas sobre o episódio sejam abertas e que os restos mortais dos guerrilheiros sejam identificados e transladados para locais escolhidos por suas famílias. O governo Lula, do qual o PCdoB integra, não recorreu desta vez, e o prazo de 120 dias para que cumpra a sentença vence no dia 6 de abril.

Pelo menos 59 guerrilheiros, entre militantes e moradores da região, foram mortos nas seguidas investidas do Exército contra a guerrilha. A ex-guerrilheira Criméia de Almeida, que estará no debate, busca encontrar informações sobre a morte de André Grabois, companheiro e pai de seu filho. Ela aguarda que o governo cumpra a sentença: “Lamento que tenha havido um processo de 22 anos para que a Justiça tenha nos garantido esse direito legal, que poderia ter sido dado pela vontade política dos governantes civis. Não houve essa vontade nem do atual governo”.