Em 1988, a cidade de Volta Redonda atraiu a atenção do país com uma importante greve na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O movimento foi duramente reprimido pelo governo Sarney, que enviou o exército para a cidade. Em 9 de novembro daquele ano, os militares invadiram a CSN assassinando os operários William, Valmir e Barroso.

Apesar do massacre, a greve recebeu o apoio de toda a população e conquistou importantes vitórias. Entre estas conquistas, a principal foi o turno de seis horas.
Em 1992, a Força Sindical venceu a CUT, passando a dirigir o sindicato. Desde então, a categoria acumula inúmeras derrotas, que começaram com a privatização da empresa no governo de Itamar Franco e a demissão de milhares de trabalhadores, além da volta do turno de oito horas.

Depois de 14 anos de peleguismo da Força Sindical e diante da traição da CUT, os trabalhadores apostaram na retomada das lutas e elegeram a chapa 3 para a direção do Sindicato dos Metalúrgicos, uma chapa que se apresentou como independente diante das centrais, dos governos e dos patrões.

É neste marco que, 18 anos após a greve, o 9 de novembro teve como tema central a luta contra o fator previdenciário e as reformas sindical, trabalhista e previdenciária.

O PSTU e a Conlutas se destacaram durante a manifestação, com bandeiras, faixas e panfletos. Cyro Garcia, da Oposição Bancária e da Conlutas-RJ, destacou a necessidade de retomar a mobilização e os métodos de luta dos metalúrgicos em 88. Já Tarcísio Xavier, presidente do PSTU de Volta Redonda, saudou o ato chamando “todos os companheiros das diversas entidades a se somarem na luta contra as reformas”.

Apesar da importância simbólica do ato, este poderia ter tido um peso bem maior se as principais entidades organizadoras tivessem jogado peso na convocação. Além disso, foi um grave erro o fato do PCdoB ter imposto uma fala do prefeito da cidade, Gotardo Neto. A imposição da participação de um governo burguês, que mantém uma política de ataques e arrocho ao funcionalismo, prejudica o compromisso assumido pela diretoria do sindicato de manter a independência de classe.

Apesar de tantas traições, as eleições sindicais dos metalúrgicos demonstram que em Volta Redonda acontece um processo de retomada na organização do movimento.

Seminário organiza a luta contra as reformas
Repercutindo o seminário nacional promovido pela Conlutas em São Paulo, ocorreu no dia 7 de novembro em Volta Redonda uma reunião de entidades que marcou um seminário regional para os dias 1 e 2 dezembro, para preparar a luta contra as reformas de Lula.

Post author Lázaro Mendonça, de Volta Redonda (RJ)
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