Casamento de Lula e a ``Senhora Corrupção``
Larissa Moraes

Na terça-feira, 19 de julho, um grupo de cerca de 300 manifestantes, reunindo trabalhadores vinculados ao Sindicato dos Metalúrgicos de S. José e Região e à Conlutas, moradores da ocupação do Pinheirinho, além de militantes do PSTU e do P-SOL, realizaram um protesto na porta da LG, em Taubaté, enquanto Lula visitava o local.

Convocado com o objetivo de denunciar a corrupção no congresso, no governo e no interior do PT, o ato caprichou na ironia. Um dos pontos altos da manifestação foi a encenação da “Quadrilha do Mensalão”, em que personagens, vestindo máscaras de Lula, Genoíno, Delúbio Soares, Marcos Valério e Roberto Jefferson, dentre outros, dançaram ao som do refrão “cai, cai, mensalão, aqui na minha mão”.

No fim da “quadrilha”, foi celebrado o casamento de Lula com a “Senhora Corrupção”, enquanto os manifestantes cantavam: “Lula, que papelão, até teu filho já pegou o mensalão”.

Lula sabia!
Recordando a afirmação do líder do PSDB no Senado, Arthur Vírgilio – que no fim de semana declarou que, diante da situação, Lula ou era “corrupto ou idiota” -, Antonio Ferreira, o Toninho, do PSTU de São José, comentou ao site da UOL: “O Lula sabia. O Lula pode ser acusado de qualquer coisa, menos de ser idiota” e, por isso mesmo, é necessário mobilizar cada vez mais a população contra este governo e congresso corruptos.

CUT governista saúda Lula
Enquanto a manifestação contra a corrupção acontecia, um grupo de no máximo 50 pessoas tentou organizar um ato pró-governo. Integrado por membros de sindicatos cutistas e assessores parlamentares do PT, o grupo não só teve que recuar como ainda escutou a mensagem mandada pelos manifestantes ao novo Ministro do Trabalho, Luiz Marinho: “Chora Marinho, Marinho chora, que vai chegar a tua hora”.

Como declarou o diretor do Sindicato de São José, Donizete de Almeida, “foi um ato bem humorado, mas o assunto é muito sério; viemos aqui pra denunciar e exigir a prisão e confisco dos bens dos envolvidos no esquema de corrupção; é preciso um apuração profunda de todas as denúncias”.

É preciso intensificar as manifestações
O sentimento de que é preciso sair às ruas para barrar a bandalheira era generalizado. Alguns dos manifestantes já prometiam estar em São Paulo, na quarta, dia 20, em uma nova manifestação que será realizada na Avenida Paulista e vários já estavam dando seus nomes para compor as caravanas para a Marcha a Brasília, no dia 17 de agosto.