Ato em São Paulo
Cromafoto

Assassinos, terroristas, covardes… Estas eram as palavras escritas nas costas das camisetas de muitos dos cerca de mil participantes de um ato realizado na Praça da Sé, em São Paulo, na tarde do dia 21 de julho. Na frente, as camisetas exibiam fotos de crianças, homens e mulheres mortos, prédios destruídos e uns tantos outros horrores. E uma frase, em inglês, que indicava a origem dos terroristas e assassinos responsáveis por elas: “Made in Israel”.

A maioria dos que usavam essas camisetas era formada por libaneses e descendentes, que também portavam as bandeiras do país, faixas e cartazes em árabe, exigindo o imediato fim das agressões. Além dos representantes da comunidade libanesa e árabe, o ato contou com uma série de partidos políticos – como o PSTU, o PSOL e o PCB – e entidades dos movimentos sindical, popular e estudantil, que formam o Comitê de Solidariedade aos Povos Árabes.

A atividade somou-se a tantas outras manifestações que, mundo afora, foram convocados para repudiar o criminoso ataque que o Estado Sionista está movendo contra o povo árabe, desta vez no Líbano.

Agressão imperialista, com a conivência de Lula
O ato foi aberto por Dirceu Travesso, o Didi – dirigente da Conlutas e do PSTU e candidato a deputado federal pela Frente de Esquerda -, que também coordenou a manifestação. Em sua fala, Didi destacou que o ataque de Israel “não só é financiado pelo imperialismo norte-americano, como responde aos seus interesses no Oriente Médio, uma agressão diante da qual o governo Lula não pode manter sua atual omissão, muito menos dar continuidade às negociações que têm como objetivo incluir Israel no Mercosul”.

Como uma demonstração da unidade em torno ao repúdio a este novo ataque de Israel, logo após a abertura, revezaram-se ao microfone representantes de diferentes credos religiosos. Representando a igreja católica, o padre Júlio Lancelotti exigiu “um imediato cessar-fogo, o imediato fim do genocídio, da invasão e da ocupação do Líbano”. Na seqüência discursaram dois sheiks, representando algumas das principais mesquistas de São Paulo. Ambos denunciaram não só a covardia dos ataques como a vergonhosa manipulação por parte da imprensa mundial, incluso a brasileira na cobertura dos eventos e na transformação dos reais agressores, os israelenses, em vítimas.

Paz, só com a destruição de Israel
Foram muitas as entidades que levaram sua solidariedade ao povo libanês, como o Movimento Negro Unificado, o Movimento dos Sem-Terra, a Marcha Mundial de Mulheres, a Confederação Nacional das Associações de Moradores, as Associações de Docentes e Servidores da Unesp, a Oposição Bancária, dentre várias outras. Também estiveram presentes – sem mencionar por um sequer momento a criminosa omissão e, conseqüente conivência, de Lula – entidades governistas como a CUT e a UNE.

Falando em nome do PSTU, Fábio Bosco destacou que apesar da enorme unidade construída em torno do ato, “é preciso destacar que a única forma de se pôr fim aos ataques criminosos de Israel é através da completa destruição do Estado Sionista; só haverá paz no Oriente Médio quando este braço militar do imperialismo for extinto. Este é o único caminho para que judeus, palestinos e todos os demais povos da região possam ter direito à vida. E, por isso mesmo, é importante não alimentar qualquer tipo de ilusão em relação a uma possível intervenção da ONU ou dos países imperialista, que, no Afeganistão e no Iraque, já deixaram claro de que lado estão: são lacaios do EUA, cúmplices ou agentes diretos da agressão israelense”.

Essa posição compartilhada por representantes da União da Juventude Árabe para a América Latina e da Associação das Entidades Muçulmanas, que destacaram que o verdadeiro terrorismo é o “terrorismo de Estado” praticado por Israel com apoio do imperialismo norte-americano.

Em São Paulo, os novos passos na luta contra a agressão israelense serão preparados em uma reunião que ocorrerá na segunda, dia 24 de julho, na Assembléia Legislativa.

  • Depoimentos durante o ato de São Paulo