Cerca de 500 pessoas exigiram a reintegração dos metroviários
Diego Cruz

Uma manifestação pelo direito de greve e contra a demissão de metroviários reuniu cerca de 500 pessoas na última sexta-feira, 17, no centro de São Paulo. O protesto, realizado em frente ao Teatro Municipal, reuniu, além de metroviários, trabalhadores de diversas outras categorias. Professores, funcionários públicos, metalúrgicos, estudantes e sem-terras, entre outros, prestaram solidariedade aos metroviários. Estiveram presentes também a Conlutas, a Intersindical e a Nova Central dos Trabalhadores.

O ato, que contou com expressivo acompanhamento da Polícia Militar, denunciou as 61 demissões anunciadas pelo governo Serra após a greve dos trabalhadores do Metrô. O diretor do sindicato dos metroviários, Paulo Pasin, cuja demissão foi anunciada após a paralisação do dia 23 de maio, denunciou a repressão do governo Serra. “Querem acabar não só com o direito de greve, mas também com o próprio direito de manifestação”, afirmou, citando o exemplo da brutal repressão policial sofrida pelos metalúrgicos da Cosipa.

“Estamos vendo aqui a criminalização dos movimentos sociais que ocorre em todo o país, imposto tanto pelo governo federal quanto pelos governos estaduais”, afirmou o representante da Conlutas no ato, João Zafalão. Além da política do governo Lula de acabar com o direito de greve no setor público, ele citou o exemplo do governo do Maranhão, de Jackson Lago (PDT) que enfrenta uma greve de professores desde maio. O governador não atende as reivindicações dos grevistas e ainda anunciou a contratação de centenas de fura-greves. O governador da Bahia, Jacques Wagner (PT), também trata com intransigência uma greve de professores no estado.

Desta forma, as demissões anunciadas por José Serra (PSDB) inserem-se num conjunto de ataques dos governos contra o direito de greve dos trabalhadores. A fim de se contrapor a isso, Zafalão chamou a unidade das lutas. “A Conlutas vem se somar à luta dos metroviários e chamar a unidade e o fortalecimento da mobilização; o próximo dia 24 vai se tornar um grande dia unificado de luta”, disse.

No dia 24 de agosto ocorrerá uma paralisação dos professores estaduais e um ato às 13 horas na Praça da Sé, que deverá contar com a adesão de outras categorias do funcionalismo estadual.

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