Ato com as trabalhadoras do hospital São Francisco

Movimento Mulheres em Luta, da Conlutas, marcou presença em atos em Contagem e Belo Horizonte. Em Contagem, protesto em gráfica denunciou assédio sexual contra trabalhadoraO Dia Internacional da Mulher foi lembrado em Belo Horizonte e Contagem na sexta-feira, dia 6 de março. Três atividades foram realizadas nestas cidades, sendo que duas convocadas por sindicatos filiados à Conlutas.

O primeiro ato foi chamado pelo sindicato dos gráficos (STIG) e teve início às 9h em uma gráfica em Contagem. O protesto foi realizado nesta empresa, onde uma semana antes uma trabalhadora havia sido demitida. A trabalhadora gráfica estava sendo vítima de assédio sexual, e a denúncia já havia sido feita, e inclusive em uma reunião na Delegacia Regional do Trabalho. As mulheres e os sindicalistas denunciaram a demissão e combateram a política dos patrões na maioria destes casos, de punir a vítima e proteger o agressor machista.

O segundo ato chamado pelo SINDEESS/BH, na porta do Hospital São Francisco, às 12h. Os trabalhadores deste hospital estão mobilizados e a maioria são mulheres. O ato reuniu cerca de 200 trabalhadores e trabalhadoras, com uma agitação e um almoço.

Ato e passeata unificada
No início da tarde, a partir das 14h, o movimento Mulheres em Luta, da Conlutas, a Marcha Mundial de Mulheres, a Associação Lésbica de MG e dezenas de outras organizações, movimentos e partidos participaram do ato unificado na Praça Sete, denunciando o impacto da crise e da violência sobre as mulheres.

O ato reuniu cerca 300 participantes e foi seguido de passeata pela Av. Afonso Pena, uma das principais da capital mineira. Em frente à Igreja Católica São José, as manifestantes pararam para protestar contra o papel da Igreja Católica, diante do caso da menina pernambucana de 9 anos estuprada pelo padrasto. Ela ficou grávida de gêmeos e foi feito um aborto. A Igreja decidiu excomungar a equipe médica e a mãe da criança. Já o padrasto nada sofreu. Os manifestantes denunciaram a hipocrisia e o conservadorismo da Igreja e perguntaram porque o padrasto e os padres pedófilos não foram excomungados?

Vanessa Portugal, representando o Movimento Mulheres em Luta, falou sobre a crise econômica e como ela afeta as mulheres, e ao contrário da imagem que Lula tenta passar, esta crise econômica é gravíssima e de longa duração. Já causou milhares de desempregados somente na indústria brasileira. Vanessa afirmou: “Os governos de todo o mundo usam o dinheiro público para socorrer bancos e grandes empresas. No Brasil, Lula gastou 160 bilhões de reais com este socorro, enquanto corta recursos da saúde e da educação”. Ela finalizou dizendo: “Que as grandes empresas paguem pela crise!”

Mesmo diante da chuva, a passeata continuou, parando ainda em frente à Prefeitura, e terminando na Praça Afonso Arinos. Após o ato, dezenas de sem-terra do MST ficaram sem alojamento. A CUT, de última hora, boicotou e decidiu não abrigar os participantes, que vinham do interior de São Paulo e de Minas Gerais. No entanto, o SINDEESS/BH disponibilizou o espaço para abrigar cerca de 70 pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, e custeou despesas com alimentação, contando com a ajuda de outros sindicatos.

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