No dia 11 de novembro aconteceu em Brasília o ato nacional em defesa do ANDES-SN e da liberdade e autonomia sindical. O ato contou com 2.500 manifestantes de todo o país. A mobilização tinha o objetivo de protestar contra a suspensão do registro sindical do Andes, que representa os docentes das universidades brasileiras.

O governo Lula, através do Ministério do Trabalho, na gestão do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), suspendeu o registro sindical do ANDES-SN com a alegação de que haveria dupla representação dos professores das universidades privadas. Na verdade, o objetivo principal era privilegiar um “sindicato fantasma”, o Pro-Ifes, fundado pela CUT, que está de olho no recolhimento do imposto sindical. A partir da Medida Provisória, esse imposto será cobrado também dos servidores públicos.

A manifestação começou no Ministério do Planejamento, onde uma comissão de entidades foi atendida. Seguiu depois em passeata até o Ministério do Trabalho, onde outra comissão do movimento foi recebida pessoalmente pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT). Em outra atividade de defesa do ANDES-SN, cerca de 100 dirigentes sindicais e de movimentos sociais realizaram um ato dentro do Congresso Nacional.

Contra a intervenção
O ANDES-SN, que é filiado a Conlutas, é uma importante trincheira na defesa dos interesses dos trabalhadores e da educação pública gratuita e de qualidade, portanto, muitos representantes de entidades sindicais e movimentos sociais se fizeram presentes. O movimento estudantil combativo também compareceu, com destaque para a coluna da Conlute que reunia centenas de estudantes. Ao final, os estudantes realizaram um protesto na porta do Ministério da Educação e uma reunião para organizar o Congresso Nacional dos Estudantes.

Outro setor que marcou presença foi o movimento popular, principalmente o MTST e a Ocupação do Pinheirinho de São José dos Campos (SP). Esses movimentos realizaram, após o ato em defesa do Andes, uma ocupação no prédio do Ministério das Cidades, conquistando uma série de encaminhamentos positivos para sua pauta de reivindicação.

Este ato nacional foi uma vitória não só pelo número de participantes e pela representatividade das entidades que compareceram, mas principalmente porque ele arrancou um compromisso do ministro do Trabalho de apresentar uma proposta nos próximos dias para resolver o problema do registro sindical do Andes. O compromisso é seguir mobilizado e não aceitar a ingerência do governo Lula na liberdade e na autonomia sindical dos trabalhadores.

Post author André Freire, de Brasília (DF)
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