Na tarde de ontem, dia 24 de janeiro, cerca de 500 pessoas marcharam em passeata pelo centro de Campinas expressando toda a revolta e indignação com o processo de desocupação do bairro Pinheirinho em São José dos Campos.

Muitos cartazes e faixas foram produzidos pelos manifestantes horas antes da manifestação durante a concentração no Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas.

Na noite anterior havíamos feito uma reunião no sindicato que contou com mais de 40 entidades e movimentos que se dispuseram a convocar a manifestação para o dia seguinte e em menos de 24hs conseguimos mobilizar centenas de ativistas que estão prontos para se solidarizar e mostrar a revolta com o total desrespeito e violência com que estão sendo tratadas as 1700 famílias que foram retiradas de suas casas e colocadas no olho da rua.

A manifestação também denunciou a truculência da polícia militar do Estado de São Paulo, as pessoas que foram gravemente feridas e as que estão desaparecidas depois de sofrerem os ataques de bombas e balas.

Muitos manifestantes estiveram em SJC no domingo, no dia que iniciou a desocupação e relataram o que tinham presenciado, alguns inclusive mostravam as marcas das balas de borracha. Eram militantes do MTST, da Flaskô e ativistas independentes que assim que souberam foram prestar ajuda aos moradores do Pinheirinho.

Nos principais cruzamentos do centro da cidade os manifestantes seguraram a passeata em protesto, chegando a sentarem no chão na principal avenida, o que gerou um congestionamento gigantesco. A passeata fez questão de ir bem devagar para parar o trânsito. O diretor do sindicato dos metalúrgicos de Campinas, Mané Melato, dizia no microfone: “Vamos andar bem devagar, no mesmo ritmo que anda a fila da casa própria no Brasil”.

As falas durante a passeata denunciaram duramente o governo Geraldo Alckmin do PSDB, mas também exigiu efetivamente medidas concretas da presidenta Dilma que tem o poder de desapropriar a área e até agora nada fez. Uma das faixas levadas à frente da passeata dizia: DILMA, NÃO ADIANTA SE INDIGNAR, TEM QUE DESAPROPRIAR!

Os militantes do PSTU, da ANEL e da CSP-Conlutas participaram ativamente da convocação e da organização do ato. Silvia Ferraro, presidente do PSTU falou sobre “a incoerência do acordo feito entre Dilma e Alckmin para a construção de 97 mil moradias, enquanto neste momento estão sendo derrubadas 1700 casas construídas com o suor do povo do Pinheirinho”. Ao final da passeata, os participantes voltaram ao sindicato para decidirem os próximos passos da campanha a favor dos moradores do Pinheirinho.

Na própria rua, as centenas de pessoas queriam saber o que mais poderiam fazer contra toda esta situação. Foi dado o informe de que haverá um ato nacional em SJC no dia 02-02 às 9:00 e imediatamente todos os presentes saíram pra iniciar a organização das caravanas de ônibus que sairão de Campinas rumo a São José. Uma nova reunião das entidades e movimentos ficou marcada para o dia 30 como continuidade da mobilização.