Passeata em São Paulo
Agência Cromafoto

Assim como em várias partes do mundo, na cidade de São Paulo milhares saíram às ruas neste dia 19 para protestar contra a invasão imperialista no Iraque. As cerca de cinco mil pessoas se concentraram sob o vão do Masp, na Avenida Paulista, desde as 14h e a passeata teve início uma hora depois. Os manifestantes desceram a avenida Brigadeiro Luiz Antonio foram até a Praça da Sé, fazendo paradas e protestos em frente ao Citibank, ao Mc`Donalds e a um posto Esso. O ato de São Paulo faz parte do calendário de protestos contra a guerra aprovado para os dias 19 e 20 de março no último Fórum Social Mundial.

Em São Paulo, a Conlutas teve uma participação importante no protesto, sendo a responsável pela maior coluna. Era também a parte mais animada do ato, com tambores e palavras de ordem que fizeram ecoar pelas ruas os gritos contra a guerra e em defesa da resistência iraquiana. O ato contou com a participação de ativistas de São José dos Campos, que vieram em dois ônibus organizados pelo Sindicato dos Metalúrgicos da cidade. Entre eles estavam 15 sem-tetos da ocupação Pinheirinho. Os ativistas de São José contribuíram com o ato trazendo bonecos gigantes representando Lula e Bush armados para suas invasões no Haiti e no Iraque. O PSTU esteve presente com sua militância e suas bandeiras, integrando também a coluna da Conlutas.

Além de gritar contra a guerra, as intervenções e os gritos puxados pela passeata não se basearam apenas em reivindicações pacifistas. Várias falas também ressaltavam a defesa da resistência iraquiana e da necessidade de derrotar o imperialismo, inclusive militarmente. “Contra a tortura americana, viva a resistência iraquiana!”, gritavam os manifestantes.

O ato não se voltou somente contra a invasão de Bush no Iraque. A intervenção no Haiti, na qual o Brasil faz o jogo do imperialismo, também foi alvo das críticas neste dia 19. A ação militar do governo Lula foi comparada à de Bush em músicas de protesto como “Fora já, fora já daqui, Bush do Iraque e Lula do Haiti”, e também nas diversas intervenções que foram feitas durante a passeata.

Antes de chegar na Praça da Sé, em uma parada na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, o representante do Comitê pela Libertação dos Presos Políticos de Caleta Olivia fez uma intervenção, combatendo a criminalização dos movimentos sociais, que, no Brasil, provocou inúmeras mortes nas últimas semanas, como a da freira Dorothy Stang e de lideranças sem-terra e sem-teto. Américo lembrou que os lutadores de Caleta Olivia, na Argentina, estão presos há seis meses e chamou a participação de todos na campanha.

O ponto alto do ato foi a queima de um boneco com a máscara de Bush e da bandeira dos Estados Unidos. Enquanto a bandeira e o boneco queimavam, os manifestantes cantavam músicas como: “Olê, olê, olê, olá, contra a guerra do capital, a nossa luta é internacional”.

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MULTÍMIDIA: Veja o vídeo com os manifestantes queimando o boneco de Bush (.wmv – 700kb)