Manifestantes na saída do prédio
APN

Cerca de 500 ativistas que participam da campanha “O petróleo tem que ser nosso” ocuparam, na quarta-feira, 17, a sede administrativa da Petrobras no Centro do Rio. Os manifestantes exigem o cancelamento dos leilões, em especial, da 10ª Rodada de Licitações do Petróleo e Gás, convocada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) para os dias 18 e 19 de dezembro.

Por volta das 20h, a direção da empresa conseguiu uma liminar na Justiça, ordenando a retirada dos manifestantes. A quantidade de policiais militares dentro e fora do edifício ocupado impressionava, inclusive pelo armamento que faziam questão de exibir.

A ordem de despejo assim como a atitude do presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, que se negou a receber uma carta de reivindicações das mãos de comissão representativa do movimento, deixam claro de que lado estão os que hoje administram a empresa, que já foi símbolo de resistência e luta, na defesa dos interesses nacionais.

A mudança da legislação que regula o setor de petróleo e gás, permitindo a privatização desses recursos minerais é outra reivindicação da ocupação. Fazem parte do movimento MST, Sindipetro-RJ, Frente Nacional Petroleira (FNP), Intersindical, Conlutas, CUT, Frente de Oposição de Esquerda da UNE e FUP.

A ANP pretende ofertar na 10ª rodada 130 blocos exploratórios em terra, divididos em oito setores, de sete bacias sedimentares: Sergipe-Alagoas, Amazonas, Paraná, Potiguar, Parecis, Recôncavo e São Francisco. No total, serão oferecidos aproximadamente 70 mil quilômetros quadrados em áreas para exploração e produção de petróleo e gás natural. Atualmente, o Brasil é o país que dispõe da maior área sedimentar com potencial para petróleo e/ou gás ainda por explorar no mundo, segundo a própria ANP.

Os sindicatos de petroleiros também estão ingressando na Justiça com Ações Civis Públicas, cobrando a suspensão da 10ª Rodada. Além das manifestações, está correndo um abaixo-assinado exigindo o fim dos leilões e a recuperação da Petrobrás 100% estatal.

Apesar de a ocupação terminar sem a garantia da suspensão do leilão, seus organizadores consideram o movimento vitorioso. Os atos para barrar a privatização e exigir uma nova lei do petróleo, além da re-estatização da Petrobrás, reuniram movimentos sociais do campo e da cidade, centenas de trabalhadores, estudantes, além de partidos políticos.

O movimento de resistência contra a privatização do petróleo e gás está conseguindo alertar a sociedade para o crime de lesa-pátria que é a entrega das riquezas do subsolo brasileiro à iniciativa privada e, sobretudo, aos oligopólios internacionais.

Rio amanhece com faixas gigantes da campanha
Enormes faixas verde-amarelas com os dizeres “O petróleo tem que ser nosso” foram colocadas em pontos estratégicos da cidade do Rio de Janeiro na manhã de quarta. O Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) recebeu telefonema informando a localização das faixas – Linha Vermelha, Passarela da UFRJ, Avenida Niemeyer (parede de pedra), Arcos da Lapa, Morro do Cantagalo.

Assista ao vídeo da ocupação (Fonte: Portal G1):