Gentil Couto Vieira, um dos condenados

As lideranças do MST são acusadas de serem os autores intelectuais do assassinato de dois pistoleiros de aluguel que atuavam no interior

No dia 4 de maio, em Manguerinha no Paraná, quatro dirigentes do MST foram condenados. Adir da Luz foi condenado a 22 anos, Gentil Couto Vieira e Valdecir Sturm a 15 anos cada, e  Dirceu Zeni terá que cumprir 7 anos de prisão.

Os companheiros têm histórico de luta e estão sendo perseguidos pelo latifúndio durante todos os últimos anos.

O Gentil, antes de ir militar na Via Campesina, foi um ativista reconhecido do movimento estudantil paranaense. Em muitos momentos esteve junto em lutas e gestões conjuntas com o PSTU no DCE-UFPR.  Por suas posições firmes contra os governos tanto estadual, federal e contra o latifúndio muitas vezes foi alvo dos ruralistas e da polícia. Basta lembrar que, em 2007, Gentil foi ferido a bala durante um ataque de seguranças privados na ocupação da fazenda Syngenta, na qual resultou na morte do militante do MST, Valmir Mota de Oliveira, o Keno.  Em várias litas da CPT o nome do Gentil aparece como um dos ameaçados de morte pelo latifúndio.

As lideranças do MST são acusadas de serem os autores intelectuais do assassinato dos irmãos “Franças” que eram dois pistoleiros de aluguel que atuavam no interior. Não é a primeira vez que a polícia e Justiça criam histórias fantasiosas para incriminar lutadores. Em 1997, José Rainha foi condenado a 26 anos de prisão acusado de um duplo homicídio ocorrido em junho de 1989. Somente depois de uma ampla campanha impulsionada pelo MST, que envolveu a maior parte da esquerda em 2000, ele foi absolvido e ficou claro que acusação não fazia nenhum sentido até porque Zé Rainha, no dia do crime, estava no Ceará.

Mas o que surpreende neste processo é o fato do MST não impulsionar nenhuma campanha. O movimento não foi capaz de soltar uma nota sobre a questão. Inclusive em vários momentos foi contra a estruturação de uma campanha pela liberdade dos camaradas.

Nós do PSTU exigimos um novo julgamento e estamos a favor de uma ampla campanha pela liberdade dos companheiros.