Leia abaixo a mensagem de solidariedade enviada pelo Batay Ouvryie (Batalha Operária), organização sindical e popular do Haiti em luta contra a ocupação militar pelo qual passa o país.Solidariedade aos companheiros do PSTU

Porto Príncipe, domingo, 6 de janeiro de 2008

Os novos governos populistas da América Latina e Caribe estão, um atrás do outro, tirando a máscara mistificadora para aparecer tal como são na realidade: governos burgueses contra os trabalhadores!

Aqui no Haiti, no marco de um fim de ano tão triste quanto lamentável, o governo acaba de, apesar de sua clara incapacidade em satisfazer a mais mínima reivindicação popular e de resolver a situação de ocupação que sofre o país tão só no nível da intenção, outorgar-se um estado geral de satisfação!

O de Bachelet já havia se revelado. Não só é igual a todos os demais da região, não respeita as promessas eleitorais aos trabalhadores e o povo em geral, como só facilita, abre espaço e pouco a pouco se associa à burguesia local e até com os imperialistas e, com isso, começa a impor medidas reacionárias contra os trabalhadores e o povo em sua totalidade…; foi um dos primeiros a mandar diretamente suas forças repressivas a atacar operários legalmente mobilizados. Vieram, logo, as de Chávez, reprimindo abertamente os camaradas da C-CURA ao encontrar-se esses último no ministério de Assuntos Trabalhistas exigindo que se respeitassem nada mais que seus direitos democráticos reivindicativos e sobretudo de representatividade legítima. Estamos então neste final de ano de 2007. Com gangues mandadas para atacar brutalmente companheiros ferroviários na Argentina! Com bombas destruindo a sede da COB (Central Operária Boliviana)!

E, agora, acaba de ocorrer o saque, com roubo sistemático de documentos, na sede do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) no Brasil. Este último ataque, ainda que não tenha nem feridos nem danos de bens físicos, parece-nos o mais sério e, politicamente, o mais grave. E o mais claro! Por coincidência gravada por câmeras do vizinho, vê-se que se trata de uma operação minuciosamente estudada, com foco em documentos internos, talvez íntimos, dos membros e atividades desta organização irmã. Tal como pensam seus dirigentes empenhados a investigar o caso: está-se, de fato, planejando uma próxima repressão! Seletiva? De repente ampla e de massas? Com estas informações, os reacionários vão certamente estudar detalhes de funcionamento, articulações… Sobre o que então vai agir a Inteligência reacionária, comandante desta fraude? O que vai decidir? Quando um sabe o grau de entrega destes funcionários ao imperialismo vigente, pergunta-se: até onde irão as informações?

O governo é supostamente responsável pela proteção de todo indivíduo, sobretudo se este tem necessidade de se organizar: das organizações, pois, ainda que seja de oposição. O PSTU o é claramente, levando os interesses dos trabalhadores, das massas populares e, para isso, reativando, como se deve, a mobilização autônoma. Denuncia diariamente tanto a exploração das classes dominantes como a dominação que garante o governo atual do Brasil. É o momento de saber se a “democracia” que tanto falaz estes senhores funciona tal como se conta: “para todos!” E nisto lhes pediríamos que se faça toda luz necessária e que se aplique todas as sanções adequadas. Porém, como nos seguem informando os companheiros brasileiros, a mais de quatro dias da denúncia do ato ocorrido na noite de 30 de dezembro, nenhuma presença, nenhum sinal oficial foi dado. Será isto uma confissão mal escondida de seu próprio papel nesse ato? De todas as formas, formalmente, o “poder oficial”, na falta de atos concretos, tenderá a dizer que umas palavras “oficiais”. Ou, fiel a seus reais interesses, seguirão mantendo-se ausentes? Isso é o que estaresmos acompanhando.

Enquanto isso, enviamos aos camaradas do PSTU nossa mais inteira solidariedade, estando seguros que tenham toda a calma e sabedoria necessárias, porém que também toda a força e determinação que o momento pede. E pedimos a todas as organizações progressistas que enviem aos camaradas atacados seu apoio e igual solidariedade. Antes de prepararmos seriamente todas as mobilizações, o mais amplamente e de todas as maneiras possíveis: estão declarando a guerra contra nós!

Batalha Operária – Haiti

Traduzido pela redação

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