As desigualdades sociais que indignaram milhões nas Jornadas de Junho de 2013 ainda existem e se agravam cada vez mais. Pouca coisa mudou após as manifestações, sinal de que os governos não ouviram as vozes das ruas.

O ano de 2014 inicia mostrando que vai ser bem maior. Isso se expressa pelos “rolezinhos” de jovens da periferia aos shoppings do País. O racismo se mostra evidente nas ações de repressão da policia e da justiça a esta forma de manifestação e faz cair por terra, mais uma vez, o discurso da democracia racial no Brasil.

Na ultima sexta, 17, estava marcado um “rolezinho” no Amapá Garden Shopping em apoio aos jovens que foram reprimidos nos shopping em são Paulo e contra a criminalização da pobreza, contra o racismo e ação brutal da policia que invade a periferia e mata diariamente milhares de jovens pobres e negros no Brasil.

Sabendo disso, a direção do Amapá Garden preferiu garantir a “tranquilidade” de clientes e lojistas e comunicou aos órgãos de segurança, como Polícia Militar, Ministério Público, Juizado da Infância, Conselho Tutelar, sobre os riscos do ato para o patrimônio alheio. Além disso, reforçou seu sistema de segurança interna e externa. “Nós apoiamos os movimento sociais, sabemos que a democracia permite a livre manifestação de pensamento. Não somos contra as passeatas juvenis, mas precisamos resguardar a segurança das lojas e das pessoas que frequentam o shoppin”’, avaliou o superintendente do Garden, Reginaldo Lara, “a fim de se resguardar se algum ato ilegal acontecesse”.

Mas o “rolezinho” não ocorreu e cinco ativistas, entre eles quatro da ANEL, permaneceram no shopping conversando. “Tinha muito segurança lá e policia armada. Fomos primeiro abordados pelo Gerente regional do shopping. Ele perguntou o que desejávamos e se podia ajudar. Logo achamos estranho. isto não e comum!”, lembrou o secundarista da ANEL.

“Resolvemos andar pelo Shopping e percebemos que os seguranças e a policia estavam nos observando o tempo todo. Até que nos abordaram e nos ‘pediram’ para ir a uma sala. Na hora, nos negamos. Foi quando um dos PM disse que se queríamos ser tratados como bandidos assim seria. Fomos ‘baculejados’, pediram o celular, tiraram fotos dos nossos cartazes. Nos chamaram de Che Guevara de forma irônica”,relatou o secundarista da ANEL.

Segundo a polícia, estes cinco jovens, estudantes, eram suspeitos.Mas de quê? De participar de algum movimento social e por isso eram uma ameaça? É visível à criminalização aos movimentos sociais realizada pela “Policia Politica” de Camilo Capiberibe (PSB), um dos governadores que mais “investiu” em repressão (equipamentos e contingente) nos últimos anos e reprimiu duramente as manifestações de Junho de 2013.

O abuso do poder policial é cotidiano no Estado. Somos a capital que mais mata jovens nas pontes e periferias! É preciso dar um basta nisso! Por isso, os sindicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda, como o PSOL, devem romper com a politica de repressão do PSB e apoiar as lutas da juventude e dos trabalhadores!