Durante o mês de março, o PSTU impulsionou inúmeras atividades sobre a situação das mulheres trabalhadoras. Aproveitamos o mês para lançar a cartilha “Luta Mulher”, que aborda opressão e a relação com o capitalismo e participamos de inúmeros atos.

Em Contagem (MG), no dia 4, o PSTU e o Movimento Mulheres em Luta (MML) realizaram um protesto durante o julgamento do goleiro Bruno, que mandou assassinar Elizia Samúdio, exigindo sua prisão. O protesto também exigia de Dilma a ampliação da Lei Maria da Penha, uma vez que Elizia também sofreu com a ausência de medidas de proteção do poder público.
Em São José dos Campos (SP), na manhã do dia 8 de março, o MML e sindicatos filiados a CSP-Conlutas do Vale do Paraíba organizaram uma manifestação em frente à prefeitura. Uma comissão foi recebida pelo prefeito. Na pauta, a cobrança do Hospital da Mulher prometido em campanha, a construção de creches e medidas concretas para o fim da violência.

Atos unitários no dia 8 de março
O PSTU participou de atos unitários nas principais capitais brasileiras, juntamente com organizações femininistas como a Marcha Mundial de Mulheres (MMM), o Movimento Mulheres em Luta (MML); partidos como PSOL, PCB, PT e PCdoB; centrais sindicais como CUT, CTB e CSP-Conlutas. A unidade foi construída em torno de um ponto comum: exigir dos governos o fim da violência contra a mulher.
O PSTU, junto com o MML e as entidades filiadas a CSP-Conlutas, compôs uma coluna classista, denunciando a política do governo Dilma para as mulheres, exigindo investimentos para protegê-las da violência, com mais investimento na Lei Maria da Penha e medidas concretas de melhorias nas condições de vida dos trabalhadores.
Por isso, também reafirmou sua disposição de  lutar contra o Acordo Coletivo Especial (ACE), que atacará os direitos das mulheres trabalhadoras. Outras bandeiras históricas também foram levantadas como “salário igual para trabalho igual”, a defesa da legalização do aborto e a necessidade de construção de creches públicas.
A lutas das mulheres árabes também foi lembrada em nossas colunas, assim como a campanha pela continuidade das investigações sobre o desaparecimento de Carolina Garzón, militante colombiana do Partido Socialista dos Trabalhadores (PST).
Em São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e em Porto Alegre (RS) os atos reuniram milhares de pessoas, com importante presença política. Em São Paulo, a aparição do MML foi destaque, com um lindo balão. Já em Belo Horizonte, o ato tomou as ruas da cidade, numa demonstração de força e mobilização. Em Porto Alegre, marchamos juntos com as professoras, (3,5 mil saíram às ruas convocadas pelo CPERS, sindicatos dos professores da rede estadual gaúcha).
No Rio de Janeiro (RJ), onde o ato reuniu 700 pessoas, a coluna do PSTU foi grande, forte e agitada. A CUT rompeu com o ato e realizou uma pequena manifestação paralela.  Em Natal (RN), a CUT também não compareceu. O ato aglutinou várias ativistas que marcharam conosco. A vereadora do PSTU, Amanda Gurgel, esteve presente e cobrou a rede de atendimento às vitimas da violência.
Em Fortaleza (CE), o ato teve 300 pessoas. A coluna do PSTU e do MML foi de longe a maior. Após um trabalho de convocação nos canteiros de obras, que contou com palestras e debates sobre a situação da mulher trabalhadora, mais de 100 operárias da construção civil marcharam juntas com companheiros do mesmo setor, mostrando a força de uma categoria tão explorada e oprimida.
Em Belém (PA), para preparar o ato e organizar a pauta das mulheres da Construção Civil, o MML e o sindicato da categoria promoveram um encontro que contou com a presença de 80 operárias. No dia 8 de março, 400 pessoas se dirigiram à prefeitura para cobrar do prefeito a construção de creches.  A mobilização obrigou o prefeito a receber uma comissão, que foi acompanhada pelo vereador do PSTU, Cleber Rabelo. E, no último dia 19, houve uma reunião com o Reitor da Universidade Federal do Pará para dar encaminhamento e uma solução concreta para reabrir uma creche próxima da universidade, que aguarda posição da prefeitura.
O PSTU também participou de atos em várias cidades, como Curitiba, Aracaju, São Luís, Recife, Teresina, Salvador, Campinas, Maceió, dentro outras.  Confira vídeos das atividades em nosso site.

Unidade de classe versus a unidade de gênero
Duas polêmicas cruzaram os atos unitários. As governistas foram defender a presidente Dilma simplesmente por ser mulher, sem fazer uma avaliação crítica das medidas para as trabalhadoras. O PSTU, por outro lado, defendeu um programa classista, argumentando que o fato de Dilma ser mulher não garante a defesa das trabalhadoras, porque ainda que seja importante que as mulheres ocupem espaço, para defende-las é necessário que governem para a nossa classe, o que não vem ocorrendo.
Em seu discurso, no dia 8 de março, em cadeia nacional, a presidente entre outras palavras, disse: “vocês não esqueçam que a maior autoridade deste país é uma mulher”. Mas, se a presidente pretende fazer valer mesmo sua “autoridade”, seu governo deveria investir mais dinheiro para poder aplicar e ampliar a Lei Maria da Penha. Como, também, seria necessário um programa que melhor as condições de vida das mulheres trabalhadoras, que garanta acesso à saúde, à educação e emprego para que elas possam romper com o ciclo da violência.
Outra polêmica foi relativa à participação dos homens. Militantes da Marcha Mundial de Mulheres criticaram a participação dos homens nos atos do dia 8. O PSTU, pelo contrário, se orgulha de ter homens em sua coluna, já que a luta das mulheres só pode ser vitoriosa se contar com a participação de toda nossa classe. A unidade estratégica para libertar as mulheres não é unir todas as mulheres, mas unir todos os trabalhadores contra a opressão e a exploração, uma vez que o machismo só poderá ser definitivamente destruído com o fim do capitalismo e construção do socialismo.
O PSTU fez um excelente trabalho neste mês. Mas sabemos que a luta contra o machismo e o capitalismo não pode se limitar  ao mês de março. Seguiremos com ela ao longo de todo ano. Por isso, damos boas vindas às mulheres que se filiaram ou aceitaram militar conosco nesse processo. E fazemos um convite para que outras possam fazer uma experiência em nossas fileiras.

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