Protesto contra a Vale
Agência Brasil

Cinco mil protestam contra os danos ambientais provocados pela Vale e as grandes corporaçõesDurante a Rio+20, os protestos organizados em torno à Cúpula dos Povos estão marcando presença no cotidiano do Rio de Janeiro. Nesta terça-feira, dia 19 de junho, foram os atingidos pela Vale que ocuparam as ruas do centro. Cerca de 5 mil manifestantes partiram do MAM, no Aterro do Flamengo, em caminhada até a sede da Vale, na rua Graça Aranha.

Nas palavras-de-ordem, a denúncia do dano ambiental provocado pela atividade mineradora da Vale, que tem ameaçado os solos, o ar e a vida das comunidades que cercam as plantas da empresa. Uma das maiores corporações do ramo, a Vale – antiga Companhia Vale do Rio Doce – foi uma das empresas estatais privatizadas, durante a febre neoliberal dos anos 90.

Estiveram presentes na manifestações delegações internacionais de diversos países onde a Vale mantém atividades, como o Canadá e a Bolívia. Além da mineradora, o protesto se centrou em denunciar o papel cumprido pelas grandes corporações transnacionais que, em sua sede por lucros, não poupa o planeta e os povos da poluição e da exploração irracional do planeta.

CSP-Conlutas e PSTU presentes
A militância do PSTU compareceu à atividade e distribuiu o boletim especial sobre a Rio+20, onde apresenta a sua luta pelo socialismo como parte da luta pela relação consciente do homem com a natureza. O partido defende, ainda, a reestatização da Vale, assim como de todas as empresas privatizadas e denuncia os ataques ao meio ambiente implementados por Lula e Dilma – como o Código Florestal e a liberação dos transgênicos.

Uma das intervenções de maior destaque no ato foi feita por Dirceu Travesso, o Didi, em nome da CSP-Conlutas. Em sua fala, Didi ofereceu um ponto de vista classista para a luta contra a destruição ambiental e refletiu diversas lutas, mundo afora, em que a questão ambiental assume o caráter de uma luta pela sobrevivência de comunidades e povoados inteiros.

A fala da CSP-Conlutas também demarcou um importante ponto de vista da central, distinto do que foi apresentado, durante o ato, por organizações como a Via Campesina e o MST. “Não são apenas as corporações que estão fazendo o que estão fazendo. Mas, sobretudo, é preciso lembrar que há governos por trás, financiando suas atividades. Isso inclui o governo Dilma, que também não é diferente”, declarou Didi.

Ao final da manifestação, na esquina da Rua Santa Luzia com a Graça Aranha, os ativistas ainda lançaram tinta vermelha nas paredes do prédio que é sede da Vale.