Assistente social brutalmente atacado em João Pessoa
Arquivo Pessoal
Secretaria Nacional LGBT

Na noite de 12 de fevereiro, após o famoso bloco de carnaval de João Pessoa “Virgens de Mangabeira”, Bruno Raphael de apenas 23 anos foi brutalmente atacado por sete homens. Ele estava sentado no meio fio de uma calçada, aguardando um amigo para retornar a sua casa, quando sentiu um golpe na cabeça que o levou ao chão. Bruno tentou pegar uma pedra para se proteger, mas foi novamente atacado e dessa vez com uma garrafada nas costas. Tentou fugir, mas caiu novamente no chão, momento em que o espancamento piorou. Chutes, socos e pedradas deixaram seu rosto e corpo molhados de sangue. O resultado foram três costelas e o pé fraturados, a cabeça com cinco pontos e vários hematomas no corpo.

Pode até ser chocante, mas é preciso ser amplamente divulgado. O que aconteceu com esse rapaz deve ser encarado como um ataque a todos aqueles que lutam contra a homofobia. Bruno é assistente social, membro da Comissão de Direito Homoafetivo e Combate à Homofobia da OAB e, como não poderia deixar de ser, um militante fervoroso do movimento LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, transgêneros, travestis e intersexuais) que preferiu não se calar diante a brutal situação.

De acordo com Bruno, em apenas 44 dias do ano de 2012 aconteceram cinco assassinatos de LGBT´s no estado da Paraíba. Em resposta a um comentário ridículo sobre o fato divulgado no blog aligagay, Bruno não só descreveu a agressão como se mostrou corajoso expondo sua dor e sentimentos. “Minha maior dor é saber que enquanto a homofobia não for crime, a impunidade continuará sendo LEI nesse país. Estou certo que a minha dor física passará, mas até quando a homofobia irá cercear o direito à saúde, segurança, os direitos humanos e o direito à vida de cidadãos brasileiros“, indaga Bruno que ainda faz um chamado: “LUTAR CONTRA HOMOFOBIA É TAREFA DE TOD@S! “.

Para Antônio Radical, da direção do PSTU de João Pessoa, o que aconteceu com Bruno é um fato “repugnante” e expressa bem a deplorável situação em que a Paraíba se encontra. “O governo do “socialista” Ricardo Coutinho do PSB não toma nenhuma providência para combater esses crimes homofóbicos e hediondos” , denuncia Radical. “Esses crimes são cometidos simplesmente porque determinadas pessoas não conseguem conviver com outras pessoas respeitando suas opções de vida. O PSTU lamenta o que aconteceu com Bruno e coloca toda sua militância à disposição dessa luta que com certeza é de todos e todas” , completa.