O senador eleito pelo Rio, Flávio Bolsonaro
Redação

Funcionário do senador eleito, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), movimentou o dinheiro em meio ao escândalo do ‘mensalinho’ na Alerj que levou dez deputados à prisão

Reportagem do jornal Estado de S. Paulo desta quinta-feira, 6, revela que um ex-assessor de Flávio Bolsonaro, filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, movimentou R$ 1,2 milhão entre 2016 e 2017. Entre essas movimentações está um cheque de R$ 24 mil pago à atual mulher de Jair Bolsonaro, Michelle.

O levantamento dos valores manipulados pelo assessor de Flávio Bolsonaro foi realizado pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). O funcionário, que trabalhava como motorista e segurança, se trata do Policial Militar Fabrício Queiroz, empregado há 10 anos por Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Fabrício foi funcionário na Alerj até outubro último e estava cotado para trabalhar no gabinete de Flávio no Senado a partir do ano que vem. A mulher e as duas filhas do PM também eram funcionárias no gabinete do filho de Jair Bolsonaro.

O Coaf detectou a movimentação financeira, parte dela em dinheiro, por considerá-la “atípica”, pois não seria compatível com o patrimônio e o serviço do policial militar. O levantamento foi incluído na investigação do Ministério Público Federal (MPF) que se transformou na Operação Furna da Onça, que acabou culminando na prisão de dez deputados estaduais do Rio por envolvimento num “mensalinho” na assembleia.

O filho de Jair Bolsonaro afirmou, via twitter: “Fabricio Queiroz trabalhou comigo por mais de dez anos e sempre foi da minha confiança“. Disse ainda nada saber sobre algo que “desabonasse sua conduta”. Ao Estadão, reforçou que o PM goza de sua “amizade e confiança“. Já o ex-assessor se limitou a afirmar também que nada sabia sobre a movimentação milionária em sua conta bancária.

Flávio Bolsonaro é considerado um dos principais artífices da bem-sucedida campanha de Jair Bolsonaro nas redes sociais.

Assim como um milhão não aparece do nada, ninguém deposita R$ 24 mil para outra pessoa de forma descompromissada. É preciso investigar essa movimentação suspeita que ocorre em meio aos escândalos de corrupção que tomaram conta da Alerj e do governo do Rio, que levaram dez parlamentares e o próprio governador à prisão. A desculpa do “eu não sabia”, já sabemos, não vale.